Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.

Esteja aberto a mudanças. Não resista a elas: fazem parte do fluxo da vida. Apegar-se a situações ou padrões do passado significa bloquear o ritmo e o ímpeto do progresso.

Obviamente que deve haver espírito de compromisso, de lealdade, de constância e persistência no capítulo do essencial. Mas, comumente, entende-se como fidelidade o que não passa de medo do novo, que, obviamente, é vicioso e mesmo perigoso, porque ciclos fechados tentem a avisar o seu término de forma cada vez mais dramática, quando não traumática, como já tivemos oportunidade de afirmar em outras ocasiões.

Esteja aberto à vida, à criatividade, à espontaneidade. Repetir padrões anteriormente aprendidos pode representar o assassinato da originalidade, da alma, da paz, da alegria de viver. Sua personalidade estará castrada, você agirá como um autômato, sentir-se-á uma fraude, e não sentirá que a vida tem propósito; muito pelo contrário: sua existência parecerá vazia e sem sentido, seus relacionamentos parecerão inconsistentes e hipócritas, sua participação no mundo lhe soará destituída de conteúdo valioso.

Se você sente tédio, medo, dúvida sistemática e depressão invadirem-lhe o íntimo, amiúde em forma de raiva, frustração, ou acusação do outro, por transferência de responsabilidade pessoal, nos delírios dos complexos de vítima e de inferioridade, talvez seja o momento de ousar o novo, o melhor, o talvez mais correto para você, mesmo que pareça muito estranho para outras pessoas.

Mantenha a mente aberta. Sugestões lhe serão dadas, pela acústica da consciência e da intuição, quem sabe por provocações externas, que encontrarão ressonância forte nas entranhas mais profundas de seu psiquismo. Não há, todavia, estradas pavimentadas nos roteiros da evolução. Seu caminho é o seu caminho. E por mais que possa, aqui ou ali, assemelhar-se ao de seus irmãos mais velhos em progresso espiritual, ainda assim será singular, em miríades de particularidades que o tornam uma individualidade. Experimente. Tente sempre algo novo. Recomece. Aprenda com seus erros. Sem culpa, mas assumindo responsabilidades por seus equívocos e acertos. Reconstruindo novamente. Crescendo a todo tempo.

Faça isto e viverá, de modo cada vez mais rico, abundante, feliz. Recupere o estado de espírito da criança, cheia de curiosidade ante cada situação, encarando-a como única, como, de fato, é. Não pretenda usar antigos modelos de percepção e análise para circunstâncias novas. Preserve a mente de pressuposições de verdade, preconceitos, crenças pré-formuladas. Isto é muito difícil, sobremaneira quando se atingiu idade mais avançada no corpo físico. Mas é possível e constitui elemento imprescindível à busca e descoberta das verdades pessoais, que vêm ao infinito, para cada criatura – eis porque o Mestre nos asseverou, há dois mil anos, que nos deveríamos assemelhar a uma criança, ou nunca nos poderíamos introduzir no Reino dos Céus, ou seja: nos padrões psicológicos superiores de realização pessoal profunda, paz e felicidade duradouras.

(Texto recebido em 15 de novembro de 2005.)