Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Não desdenhe das possibilidades restritas que lhe são dadas a serviço do bem. Nem sempre podemos contar com excelências de trabalho, mas podemos, invariavelmente, descobrir meios de ser úteis, ajudar e amar.

Quase sempre, aqueles que buscam mais se esquecem de procurar o melhor. Há muito tempo que se tornou assunto batido, em escolas de administração empresarial, que a qualidade é a base da excelência e do sucesso. Sendo assim, a qualidade pode até conduzir à quantidade, quando atrai a preferência.

Verifique o que faz, e veja como o faz. O “modus operandi” deve evoluir, dia a dia. Tranqüilidade, eficiência e responsabilidade devem-se aliar numa simbiose harmônica, favorecendo o progresso contínuo.

Ao seu lado, jornadeiam companheiros de trajeto evolutivo, sequiosos de carinho e amparo; estenda-lhes a mão amiga, para que, dessarte, possam contar com o alento da esperança.

Dentro do seu coração, encontrará motivos diversos de ser útil, de ser bom, de ser digno, de ser justo. Pequenas iniciativas, empreendimentos singelos, do sorriso franco ao telefonema amistoso, do gesto grandioso de virtude ao suspiro sereno de resignação ante o inevitável. Você pode sempre fazer mais, principalmente no sentido de fazer melhor, desde que, entrementes, não menoscabe essas diminutas oportunidades de ser canal do auxílio, do serviço, da bondade.

Não espere se tornar um santo, para realizar o bem. Será no fazer o bem possível, que santificará, paulatinamente, a sua alma. Não aguarde asas de anjo, para concretizar o serviço de apoio ao próximo. Será em soerguendo os corações amigos que seguem ao lado do seu, que gradativamente propiciará lhe surjam os primeiros germens das asas angélicas – as virtudes excelsas do altruísmo irrestrito.

Enfim, não espere o milagre acontecer, para sentir Deus ao seu lado. Busque-O, todos os dias, e a simples Presença d’Ele, percebida com o hábito de procurá-l’O, já constituirá o maior de todos os milagres – a conexão com o Absoluto –, atraindo, por conseqüência, todos os demais milagres “menores”.

Você pode, em tese, quase tudo, se realmente quiser. Mas comece com o que está ao seu alcance. Freqüentemente, à guisa de pretender fazer mais, deixa-se de realizar o mínimo. Quem faz o pouco que pode, mas o faz continuamente, expande este pouco e acumula-o, em magotes ingentes de conquistas. Esperar o melhor, sem fazer o possível, atrai o pior, como também inviabiliza o exeqüível. Fazer o possível, e fazê-lo sempre, conduz ao melhor e torna provável até o impossível.

(Texto recebido em 13 de janeiro de 2000. Revisão atual de Delano Mothé.)

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