A vida é uma grande escola. Você já ouviu isso muitas vezes, mas que tal trazer para bem perto de si essa metáfora? Lembra-se de que seu tempo no colégio era dividido criteriosamente, conforme o currículo das diversas disciplinas a serem ministradas? Faça isso com seu dia a dia. As pessoas esquecem (e lamentavelmente expressivo percentual delas ainda não sabe) que estão aqui para servir e aprender, aprender servindo, servir aprendendo… Assim, passe sua soma de dias na Terra dentro dessa perspectiva.

Nunca imagine que você agora está dando duro, porque não está mais na “moleza” da vida estudantil. Nem vida estudantil é moleza, para quem é responsável com os estudos, nem “ganhar a vida” – traduza-se: “ganhar dinheiro” – é tão duro assim. Na verdade, em muitos aspectos, pelo menos quando é visto como propósito de vida, é superficial, fútil e não satisfatório. Voltando ao paradigma da escola, imagine-se dando-se folgas calculadas, tirando “recreios” rápidos durante o dia, para melhorar o rendimento, e mudando de assunto abordado, para renovar a motivação nos estudos, mas mantenha-se neste espírito: estudo e serviço, serviço e estudo, ininterruptamente.

Via de regra, ninguém morre fora de hora, como ninguém sai da escola antes de concluir o curso. Da mesma forma que mudamos de ano letivo no campo estudantil, também encerramos uma encarnação para iniciarmos um período intermissivo (entre reencarnações, em que também evoluímos) e retornarmos, posteriormente, a outra existência no plano físico de vida. Podemos cometer deslizes, excessos aqui ou ali, mas desencarnar realmente, afora a condição de suicida (que nos demandaria reflexões mais amplas, e não é o assunto em foco), só acontece na hora certa.

Amiúde, graças a abusos que impingimos a nossos corpos físicos, sofremos uma depredação precoce da saúde, de modo que nossos anos finais no plano físico, na atual reencarnação, podem estar repletos de dores, transtornos e outras sequelas oriundas dos desmandos da juventude e da adultidade. Mas continuamos encarnados(as), mesmo que doentes e frágeis, até que se finde nossa romaria de aprendizado no plano físico, à semelhança do(a) aluno(a) relapso(a) que segue até o fim do ano letivo, ainda que com notas horrivelmente baixas, ainda que para repetir tudo de novo, no ano seguinte. De igual modo, quando displicentes e irresponsáveis com nossos deveres morais, teremos que tudo recomeçar, em nova existência física, quiçá com acréscimos de supervisão e penalidades, já que os(as) diretores(as) da “instituição de ensino” poderão nos considerar, na condição de repetentes, um peso à economia da casa, assim merecendo maior vigilância.

Você é acompanhado(a) por seus(suas) orientadores(as) espirituais, que o(a) inspiram e o(a) assistem, através de oportunidades de trabalho e crescimento que lhe são ofertadas. Eles(as) lhe “falam” por meio de afetos antigos ou novos que surgem, de mentores(as) encarnados(as) que aparecem em seu caminho e, mormente, de “vozes” internas, em sua mente: do bom senso, da razão, da consciência e da intuição, se não da mediunidade, caso seja você dotado(a) de faculdades ostensivas de intercâmbio com a outra dimensão de vida, assim como as crianças e jovens, na escola, são conduzidos(as) e observados(as), por professores(as), coordenadores(as) de ensino, psicólogos(as) e diretores(as). Seus entes queridos desencarnados e, mais certamente, seus guias espirituais estão lhe dando cobertura, para o reto cumprimento de seus deveres, mas, qual ocorre ao(à) pequeno(a) estudante no colégio, não farão jamais seu dever de casa: é você quem tem que se esforçar, tomar iniciativas e, assim, crescer no conceito daqueles(as) que lhe supervisionam os destinos.

Por fim, Deus é Infinito Amor, mas quer que estendamos esse amor a nossos(as) irmãos(ãs) em humanidade, de modo que nos façamos mais dignos(as) e merecedores(as) de Seu Amor. É por isso que, quando alguém acumula créditos espirituais, fazendo o bem, não só elimina seu carma, por desvios dessa e de outras vidas, como ainda adquire um mérito adicional, pelo que nota graças e bênçãos abundarem nas trilhas de sua existência, por todos os lados, em todos os sentidos. Se você quer ser mais beneficiado(a) pelas Leis da Vida, invista mais no bem do próximo, beneficie mais… e, dessarte, a “Grande Instituição Bancária do Cosmos” lhe repassará, cedo ou tarde, inexoravelmente, “juros” e outros “ganhos financeiros”, até que você se sinta fluir com as Forças de Deus, quase como que fazendo parte de Suas correntes místicas, tudo vindo para seu bem e seu crescimento, continuamente. Então, o Universo não somente lhe parecerá, mas lhe provará, a toda hora, ser bondoso, generoso e acolhedor.

Não reclame por não ter (ou se julgar sem) sorte: trabalhe para tê-la, fazendo por merecer. E não pense que pessoas boas parecem levar a pior – conclusões dessa ordem são claramente superficiais e precipitadas. Podem aquelas que praticam o bem, sistematicamente, não estar muito ricas ou muito destacadas socialmente – mas quem disse que isso as torna menos felizes? Ademais, quanto à felicidade propriamente, não há como se medir: só se pode sentir. E se, por ora, você acha tudo que disse baboseira, um dia nos entenderemos, quando a vida lhe tiver mostrado que não estou dizendo lorotas… Só espero, francamente, que não lhe seja isso lecionado de forma dura demais, como sói acontecer, quando somos resistentes às lições soberanas da Vida.

Benjamin Teixeira de Aguiar
13 de abril de 2004