Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.

A cada nova rota de destino, novo aprendizado.
Amiúde, a existência se encarrega de providenciar uma mudança abrupta de rumos, para que sejamos matriculados em cursos inteiramente diversos, lições diferentes que talvez nunca fossem propiciadas, caso o indivíduo não fosse lançado em circuitos de circunstâncias completamente distintos.

Não adianta dizer que se poderia aprender de outra forma, mais suave. Dificilmente a pessoa tomaria a iniciativa de certos aprendizados, não fossem os estímulos das grandes provações. Grandes dores: grandes aprendizados, grandes oportunidades de crescimento e realização. Vida com pouco desafio, com pouca crise, com pouco revés: vida perdida. Não se trata de apologia à dor, mas de uma realidade intrínseca à natureza da consciência humana, aos processos mentais do psiquismo, quando no nível humano de evolução.

Isto de modo algum implica dizer que se deva procurar sofrimento, mas que ele é parte indissociável do drama do existir, e que deve ser, assim, faceado com naturalidade e mesmo com alegria, na medida em que pode ser recebido como um incentivo a se desenvolver mais rápida e profundamente, tanto quanto, por inevitável, revoltar-se contra ele, não aceitá-lo e não tirar partido de suas forças ocultas resulta no aumento da própria dor, com perda dos dividendos positivos que se poderia com ela auferir.

(Texto recebido em 30 de outubro de 2005.)