Francisco Cândido Xavier
pelo espírito
Emmanuel.

“E disse-lhes: Onde está a vossa fé?”
(Jesus, em Lucas, 8:25)

A tempestade estabelecera a perturbação no ânimo dos discípulos mais fortes. Desorientados, ante a fúria dos elementos, socorreram-se de Jesus, em altos brados.

Atende-os o Mestre, mas pergunta depois:

– Onde está a vossa fé?

O quadro sugere ponderações de vasto alcance. A interrogação de Jesus indica claramente a necessidade de manutenção da confiança, quando tudo parece obscuro e perdido. Em tais circunstâncias, surge a ocasião da fé, no tempo que lhe é próprio.

Se há ensejo para trabalho e descanso, plantio e colheita, revelar-se-á igualmente a confiança na hora adequada.

Ninguém exercitará otimismo, quando todas as situações se conjugam para o bem-estar. É difícil demonstrar-se amizade em momentos difíceis.

Aguardem os discípulos, naturalmente, oportunidades de luta maior, em que necessitarão aplicar mais extensa e intensivamente os ensinos do Senhor. Sem isso, seria impossível aferir valores.

Na atualidade dolorosa, inúmeros companheiros invocam a cooperação direta do Cristo. E o socorro vem sempre, porque é infinita a misericórdia celestial, mas, vencida a dificuldade, esperem a indagação:

– Onde está a vossa fé?

E outros obstáculos sobrevirão, até que o discípulo aprenda a dominar-se, a educar-se e a vencer, serenamente, com as lições recebidas.

(Mensagem recebida no ano de 1948.)

Notas do Médium:

(*1) Extraído do livro: “Caminho, Verdade e Vida”, capítulo 40.

(*2) A doce mentora espiritual Eugênia pediu-me, certa madrugada, que, ao reverso de receber um comunicado mediúnico de ordem coletiva proveniente dela ou de seus amigos, transcrevesse esta mensagem recebida há mais de meio século atrás, pelo ímpar e adorável Chico Xavier, a fim de demonstrar a atualidade do tema e como verdades eternas são de interesse permanente, não importando a época e o lugar quando e onde foram recebidas, nem o veículo mediúnico que as canalizou para o mundo.

(*3) Esta mensagem tentei lançar no site por três vezes, e o programa administrador do site se recusava sistematicamente a inseri-la (o que nunca aconteceu antes, em três anos de diária publicação de textos na internet, como também é esta a primeira ocasião em que aqui exponho mensagem recebida pelo anjo que esteve entre nós, Chico Xavier). A importância da iniciativa – na minha avaliação – fez-me perseverar. Eis aqui, após mais de quatro meses, a castiça página emmanuelina que Eugênia me pediu trazer a lume, hoje aparecendo e prevendo – o que de fato ocorreu – que desta vez conseguiria levar o tento até o fim.