Cuidado com a irreversibilidade de uma tatuagem. Um livro, um filme, uma viagem podem alterar o significado de uma imagem simples que você haja gravado em sua pele. Especule, então, o que crises ou anos de experiência são capazes de fazer no campo de seus sentimentos e valores, e o que essas mudanças poderão depois lhe dizer da marca inapagável.

Procure rituais, símbolos ou métodos diferentes, mais criativos e flexíveis, de revelar ao mundo sua identidade em evolução. Precate-se, sobremaneira se você é muito jovem, quanto a tudo que porte o mesmo caráter de perenidade para toda uma existência física, como declarações, vídeos ou fotos que você lance no universo digital da internet e das redes sociais.

O que hoje lhe soa certeza inamovível pode se converter em assombração difícil de ser exorcizada de sua persona (imagem que se apresenta em público), por décadas a fio.

Todavia, se você levou a efeito, contra si, algo definitivo de que hoje se arrependa, lembre-se de que cicatrizes podem se fazer charmosas, num belo rosto, e invista na ressignificação da experiência, de forma que seu esforço compensatório no bem fomente um movimento de realização pessoal a que você não seria impelido(a) de outro modo.

Recorde-se, outrossim, do princípio da hormese, que rege os organismos e descreve o fenômeno biológico de reparação do corpo humano, quando submetido a pequenas doses de alguma substância que em proporções maiores lhe seria potencialmente letal ou a alguma situação-limite, como exercícios físicos intensos – neste último caso, por exemplo, o sistema orgânico é induzido, por mecanismo de defesa, a reparar as lesões havidas nos músculos, ossos e articulações, trabalho restaurativo esse que, por fim, os fortalece.

Eis, assim, que aquilo de que você se lamenta pode ser, em verdade, um agente motivador, propelindo-o(a) a atingir níveis de êxito e felicidade que dificilmente galgaria sem seu erro inicial.

Temístocles (Espírito)
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
New Fairfield, Connecticut, EUA
30 de janeiro de 2019