Sossego alegre – entre o paraíso e o purgatório

Na atualidade, campeia no orbe um mito ilusório e injusto de ânsia pela felicidade, como um dever que angustia e atormenta multidões sem bordas.

Você não precisa – nem é praticável na Terra – viver nos píncaros da realização pessoal.

Também é inexequível vivenciar a paz e a beatitude, continuamente.

A fixação em perseguir situações-clímax costuma tragar o indivíduo para ciclos viciosos de queda e ascensão emocionais, de ordinário muito perigosos, como os da toxicomania de variada gama, incluindo suas modalidades legalizadas.

Em contrapartida, a despeito dos naturais conflitos e desafios da condição humana, toda criatura consciente e madura pode buscar uma certa tranquilidade operacional, no reto cumprimento dos próprios deveres.

É axiomático que não se alcança um estado de graça ou iluminação, de inopino, nem se atingem os pináculos do paraíso, repentina e gratuitamente.

Seguindo-se, contudo, uma filosofia de gerência existencial pautada na moderação, não haverá o resvalamento nos vales purgatoriais e pantanosos da frustração, em sucessão periódica e torturante.

Encontrar-se-á, em lugar disso, um platô plácido, um pomar de frutos do bem, um oásis de sossego alegre, em meio à aridez e às tempestades imprevisíveis e amiúde inevitáveis do processo evolutivo.

Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
Bethel, CT, região metropolitana de Nova York, EUA
13 de maio de 2021