Benjamin Teixeira
pelo espírito
Temístocles.

A inteligência e a criatividade (inclua-se a intuição) são processos irmãos ou faces de uma mesma habilidade psíquica. Cultura, educação formal e experiência de vida contam, agregando valor ao acervo de recursos mnemônicos do indivíduo, que é mobilizado para a tessitura da rede de significados e reflexões que a mente desdobra. Todavia, é no poder de associação de elementos e, em particular, na geração de outros, a partir da fusão de dados previamente auferidos, que, de modo essencial, a inteligência reside.

Não há criatividade, sem uma certa independência do antigo, do aprendido, do convencional. Somente com um traço de transgressão e de tendência à ruptura com o passado pode-se converter a si mesmo numa geratriz de conteúdos e realidades novas para o porvir. O aproveitamento do já produzido é basilar, mas a autonomia de pensamento e sentimento, de valoração e conduta, é axial para que se possa dar um salto em direção a parâmetros mais altos e amplos de percepção e análise, no sentido de se encontrar um paradigma de interpretação e experienciação da vida mais eficiente, profundo e, sobremaneira, satisfatório e promotor da felicidade e da paz.

(Texto recebido em 12 de novembro de 2007. Revisão de Delano Mothé.)