Há a ingenuidade e a inocência. A primeira é pautada pela ignorância de quem apenas se inicia nos grandes mistérios da vida. A segunda se alicerça nas magníficas percepções do espírito que sabe ver além das aparências, mesmo as mais medonhas e repulsivas.

Os(as) ingênuos(as) olham para o mal e não o enxergam. Os(as) inocentes, a seu turno, por haverem atingido, ainda que minimamente, a pureza dos anjos, logram divisar, nas dobras do mau comportamento alheio, expressões de desespero, carência e angústia, se não de imaturidade, inexperiência, pânico mal contido e até pedidos de socorro.

Não seja irresponsável em negligenciar medidas enérgicas, quando o sentido de dever assim o(a) convocar à ação. Entretanto, cuidado para, em nome da severidade do bem, não se tornar um(a) tirano(a) insuflado(a) pelo mal, a afligir almas boas, mas pouco buriladas, que lhe foram confiadas pela Divina Sabedoria.

Em todas as circunstâncias, procure sempre o referencial da serenidade e da prece, invocando do Alto a inspiração indispensável à melhor avaliação, a fim de não incorrer em prejulgamentos equivocados ou francamente injustos.

Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
20 de março de 2005