por Benjamin Teixeira.

Dormi apenas duas horas, na noite passada – quero dizer: na manhã passada (porque varei a madrugada, selecionando cenas de filmes, como ilustrações para a palestra de hoje, domingo, mais tarde), conciliando sono apenas das 11 às 13h. Tenho, neste momento, tamanho o estado de exaustão, dificuldade em manter os olhos abertos, e, quando os tenho abertos, encontro resistência em não sofrer o eclipse da lucidez, em delírios pré-oníricos, como se os sonhos me arrebatassem para o mundo do deus grego Morfeu, ainda estando acordado e operacional. Ou seja: estou à beira do colapso nervoso, tamanho o cansaço. Mas tenho este compromisso de publicar mensagens diárias, ante a coletividade, e me não posso evadir dele, por qualquer motivo que seja. Logo, quando os bondosos orientadores espirituais não desejam, eles mesmos, psicografar algum texto por meu intermédio, sou eu próprio quem devo redigi-lo, como faço agora, muito embora, é evidente, haja a supervisão deles.

Às tais 13h deste sábado recém-findo, levantei-me para um breve almoço e parti para a apresentação do programa de TV, emendando com o culto do Evangelho e distribuição de sopa e pão para crianças carentes e suas mães (com um grupo de amigos), na comunidade Santa Maria (uma quase-favela nos arredores da Grande Aracaju, hoje com seus quase 1 milhão de habitantes), conectando esta atividade, de imediato, a outra reunião, com um grupo de apoio, para a utilização de recursos audiovisuais, também aprestados para a preleção deste domingo, no capítulo de neurociências.

Preocupado com o excesso da falta de repouso, procurei Eugênia, em pensamento, que me não tardou a responder: “Você pode produzir o programa com apenas meia hora de sono. Uma hora e meia lhe são mais do que suficientes” – de fato, adormeci por menos de duas horas, pois que, nos dois extremos de horários que apresentei (11 e 13h), achava-me acordado. Sem dúvida, disciplina férrea de trabalho. Mas, por outro lado, com Eles, os mestres desencarnados do Domínio Excelso de Vida, tudo é possível, visto que representam Deus para nós, na crosta do orbe.

Há dois dias, enfrentei problema semelhante – tinha descansado muito pouco na noite anterior e trabalhara, com o intelecto, a intuição e a emoção, o dia inteiro, atendendo pessoas e psicografando. Terminara o culto do Evangelho da meia-noite, que normalmente faço acompanhado apenas de Delano Mothé, que reside comigo, quando me pus ao computador, a fim de escrever. Não havia condição alguma para grafar nada, mas precisava redigir um e-mail urgente para amiga querida.

Liguei o computador, e, mal posicionei os dedos sobre o teclado, um influxo mental poderoso me tomou – percebi, de pronto, tratar-se do espírito Eugênia. Quando me dei conta do processo, a preceptora da dimensão extrafísica de existência já me estava semi-incorporada, a escrever, junto a mim, a tal epístola íntima:

“Minha muito prezada…” E seguiu-se a carta virtual, de modo igualmente solene e elaborado. Fiquei preocupado. A amiga destinatária da correspondência eletrônica, tão acostumada a receber informes digitais meus, em caráter de total informalidade, tomaria um susto com o tratamento distante, e certamente suporia estar eu aborrecido com ela. Para evitar tão desagradável mal-entendido, resolvi-me, então, por retornar ao início do arquivo, para digitar, rapidamente, outro e-mail, em que pudesse ser mais eu mesmo.

Apus, então, o tal apelido terno e comecei a escrever o texto-carta. Só que, mal houvera iniciado a escrita, vi-me novamente “enxertado” pela psique de Eugênia, que me fez tornar ao Português castiço de antanho:

“Retornei a grafar um breviário, de molde a poder utilizar a alcunha afetuosa com que me habituei a chamá-la, e com que inicio esta missiva eletrônica…” Desisti, dei uma risada branda, vi que Eugênia também sorria para mim, deixando claro que persistiria no intento de me auxiliar a terminar minhas tarefas do dia, em vista de meu estado de esgotamento extremo, e consegui notificar a amiga destinatária (nas entrelinhas de uma outra frase psicografada) de que, novamente, dedilhava, ao laptop, palavras propostas pelo nobre e santo espírito Eugênia.

Eles nunca nos abandonam, caro leitor, prezada leitora; ainda e talvez principalmente quando mais supomos tudo perdido, ou nos sentimos faltos de força para qualquer realização nobre. Jamais estamos realmente sós. Ore, pratique meditação, melhore-se um pouco, todos os dias, fazendo o bem a seu semelhante, na máxima medida de suas possibilidades… E deixe o resto a encargo de Deus.

(Texto recebido no final de noite de 21 de junho 2008. Revisão de Delano Mothé.)

Convite:

Por que a liberação gay teria efeitos positivos sobre os heterossexuais? Onde a mediunidade ou a paranormalidade se converte em força do mal ou bruxaria, e como se mantém como potência a serviço do Céu, na Terra? E mais: assédio sexual, racismo, preconceitos ecológicos (O que é “especismo”?), entre outros temas altamente polêmicos e palpitantes. Onde e como definir a fronteira entre o certo e o errado, a vanguarda e a degradação, a modernidade e o desequilíbrio? O que é ser clássico, em meio a tantos relativismos? Ilustrações interessantíssimas, o pensamento de Allan Kardec e do Cristo, a respeito das delicadas e controversas temáticas que tanto traduzem os desafios da atualidade. No final, a fala do santo e sábio espírito Eugênia, em incorporação completa (e impressionante), através do conferencista-médium Benjamin Teixeira. Venha assistir à palestra semanal de nosso líder encarnado, às 19h de domingo. Evento beneficente. Endereço e ingresso: (0xx79) 3041-4405.

Equipe Salto Quântico.