por Benjamin Teixeira.


Prezado internauta, cara internauta:

Gostaria de receber, para cada um de nossos gentis amigos que acessam o site e leem os textos psicografados nele contidos, mensagens de conteúdo pessoal, endereçadas, diretamente, a cada um.

Entretanto, algo que aprendi e tive que me acostumar a aceitar é o fato de que não tenho nenhum controle, na condição de médium, sobre as mensagens que recebo, muito menos para quem devem ser destinadas.

Algumas vezes, certas personalidades são escolhidas pelos bondosos mentores que se manifestam por meu intermédio, para receberem uma especial atenção no sentido de serem contempladas com tais mensagens.

Um dos elementos curiosos, que poderia relacionar como fator que favorece tal escolha dos sábios mentores é o fato de se estar muito próximo e colaborando efetivamente com o andamento do projeto Salto Quântico. Entendo, com isso, que os amoráveis guias espirituais almejam incentivar-nos a continuidade em nossos ideais e serviços espirituais.

Entrementes, há pessoas em nosso grupo há anos conosco, vinculadas diretamente às atividades do projeto, que nunca foram beneficiadas com uma mensagem direta sequer – coisa que ainda hoje muito me incomoda, faço aqui essa íntima confidência, pelo tanto que conheço o significado de tal dádiva do Céu, e pelo tanto que tais amigos me parecem devotados e sinceros.

Com o tempo, comecei a notar, todavia, que o fato de receber tais “favores espirituais” não necessariamente atesta maior merecimento e sim pode revelar maior necessidade evolutiva.

Compreendi que, diante dos Desígnios de Deus e das elevadas autoridades espirituais que velam por nossos destinos, cabe-nos exercitar humildade e aceitar o fato de que, ainda que não compreendamos completamente, suas diretrizes, são elas sempre para o nosso bem, de modo que o “silêncio fenomênico”, digamos assim, pode representar um excelente exercício de fé, já que teremos que buscar outras formas de adquirir e consolidar a convicção, principalmente por meio do estudo, da reflexão, da meditação, da oração. Ou seja: o melhor caminho, o caminho, inclusive, que eu pessoalmente tive que trilhar, antes de espocar minha mediunidade de modo mais ostensivo. Em outras palavras: não ser agraciado com tais “presentes” do Céu, pode, muito bem, representar o maior presente do Alto.

Tanto esse raciocínio se me evidenciou certo, que as pessoas que mais costumam receber mensagens de cunho pessoal – nesta semana, por exemplo, uma delas recebeu, simplesmente, uma a cada dia da semana – são pessoas que normalmente têm uma fé tão sólida que nunca precisariam receber uma “prova”, para acreditarem na realidade do Mundo Espiritual e na própria imortalidade. OU seja, o fenômeno vem como um prêmio à fé, e não como sua matriz constituinte.

Por outro lado, em algumas situações do início de meus exercícios mediúnicos, há aproximadamente 10 anos, cheguei a de tal modo insistir com os amigos espirituais para que dessem mensagens pessoais a gente descrente (e desinteressada – não notei à época – em se esforçar no sentido de desenvolver seus próprios princípios de convicção), que os queridos amigos despojados de corpos físicos de fato nos enviaram laudas de imortalidade viva, que, entretanto, foram encaradas com reserva e suspeita, apesar dos inequívocos sinais de que não poderia ter sido uma criação da mente do médium. Em suma: não era seu momento de travar contato com tais experiências subidas e sagradas, pelo que não a valorizaram como deveria e pelo que passei a entender que os companheiros desencarnados estão sempre certos em sua avaliação profunda sobre quem, como e quando deve receber tais comunicados “do Além”.

Notei, por outro lado, que os sábios gênios do mundo invisível não estão preocupados em converter ninguém, impressionar ou provar coisa alguma, pelos mesmos motivos que já expressamos acima: esse não é caminho para a verdadeira transformação íntima, o legítimo processo metanoico. Os que orgulhosamente esperarem ser tocados por mobilizações dos grandes anjos do Alto, nesse sentido, como se o Céu estivesse preocupado e precisasse de sua fé, ficarão frustrados, realmente.

Ainda existe, para completar, a questão matemática e óbvia de que os médiuns treinados e confiáveis, para mensagens mediúnicas escorreitas, são raros ainda, de modo que há uma impossibilidade humana, energética e de tempo, no sentido de se atender a toda a demanda de necessidade de intercâmbio com o Mundo Espiritual.

Assim, são escolhidos normalmente casos, cujos problemas abordados e reflexões desenvolvidas servirão para coletividade, de um modo geral. Isso não significa dizer, porém, que os que não receberam apontamentos diretos sejam menos considerados, pois, como já dissemos, acontece, muitas vezes, o reverso. Quem não recebe, amiúde não precisa.

Para dar um exemplo disso, do círculo do médium or concur, Chico Xavier, o maior fenômeno paranormal do século XX, o famoso “Tio Pedro”, amigo dileto seu, que por 43 anos ininterruptos esteve, várias vezes todas as semanas ao seu lado, em atividades assistenciais, alguém de energia tão harmonizada e de mente de tal modo sintonizada com o Alto que Chico autorizou a ser aquele que, já no final de sua vida física, em profundo estado de debilidade, sustentasse sua cabeça pendente, quando em atendimento ao público, na altura do chacra mediúnico-nucal (a saída anterior do plexo frontal), uma região de extrema sensibilidade para recepção de energias negativas (eis porque as pessoas costumam sentir dores na nuca quando “carregadas”) nunca recebeu – atenção para o que disse: em 43 anos de trabalho devotado ao lado do fenômeno Chico Xavier, NUNCA RECEBEU uma única mensagem de caráter pessoal.

Destarte, prezado amigo que nos lê, entenda que todos somos assistidos, e, assim como a chegada do Homem à Lua foi uma conquista da Humanidade, mas apenas uma dúzia de homens de fato pisou no solo do satélite natural da Terra, igualmente o intercâmbio mediúnico é uma fabulosa conquista humana, muito embora, por enquanto, nem todos possam pessoalmente fazer essa excepcional viagem psíquica interdimensional, de modo mais efetivo e direto.

Aquele que diz, portanto, que não acredita no fenômeno por não ser pessoalmente agraciado com ele, ou que só acreditará após uma ocorrência fenomenal atesta tanta ingenuidade, presunção e estultícia, como alguém que dissesse que não acredita na existência de Napoleão Bonaparte, apenas porque não haver lhe apertado a mão. Que o interessado estude, observe, ouça com atenção os relatos inúmeros, por toda parte, do pujante fenômeno de intercâmbio espiritual intermundos, a revelação do Mundo de Vida Eterna, e não lhe sobrará espaço para dúvidas mesquinhas.

De todo o coração,

Seu irmão em Cristo , fazendo votos enfáticos de que descubra, quanto antes, essa magnífica, transformadora e plenificante realidade por conta própria,

Benjamin Teixeira.
Aracaju, 24 de outubro de 2002.