Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

O que você faz, volta para você, seja bom ou ruim.
O bem ou o mal que se pratica sofre a inarredável tendência de retornar ao ponto de origem.
Quando você nos ouvir (*3) falando a respeito de não se sofrer matematicamente os efeitos da lei do carma, é porque o amor divino intervém, assim favorecendo conversões de pena, em função de aprendizados maiores a serem realizados, de modo diferente ao que se processaria caso se padecesse tão-somente a lei de causa-e-efeito cruamente.

A lei do retorno tem ação universal e isso constitui uma obviedade ululante. Não precisaríamos minudenciar o sem-número de vezes em que se encontram provas a respeito de sua atuação no mundo prático. Cada um sofre o resultado de seus próprios esforços ou omissões em todos os sentidos. O que, todavia, gostaríamos de acentuar é que, no que tange às repercussões espirituais desta lei, há implicações mais profundas e considerações mais elevadas a regerem o processo da lei de compensações. Observe já o termo que usamos: “lei das compensações”, reportando-nos ao ensaio que o ínclito Emmerson escreveu no século XIX (*4). Aproveitando a metáfora do conceito de Emmerson, a Divina Providência permite não só que haja compensações positivas para quem sofre grandes limitações, mas compensações negativas, para quem anda agindo de forma equivocada ou abertamente malévola, a fim de que aprenda e cresça. Em tudo, a lei de equilíbrio se estabelece, para que a justiça e a lucidez se estabeleçam em toda parte, e os espíritos, em qualquer nível de evolução em que estejam, aprendam a agir e a se alinhar com esse princípio de equanimidade divina.

Você pode, estando num nível muito elevado de consciência, receber prêmios excepcionais por seus esforços, ou se está, de reversa maneira, num padrão sofrível demais de evolução para a média do plano em que estagia, receber moratórias mais longas para o “pagamento” da divida moral que assume com a Vida, mas o princípio do carma não deixa de existir porque a Misericórdia Divina intervém. É de capital importância que se tenha isso em mente, para que ninguém se sinta completamente livre e impune, porque, de fato, ninguém está. Apenas o Amor de Deus, intérmino, prodigaliza recursos salvacionistas até quando Suas próprias leis estão em vigor, “contrariando-as”, circunstancialmente, para beneficiar um incauto que, digamos, recebe uma hipoteca espiritual da paciência divina, isso sempre sendo considerada sua potencialidade para aproveitar bem o ensejo especial de soerguimento moral.

Faça o bem ao seu irmão em humanidade, que esse bem voltará para você, de uma forma ou de outra. Se você reclama que lhe falta muito, dê mais ainda. Se você se sente mal-tratado, trate bem as pessoas. Quem é amado o é, por ter tomado a iniciativa de amar uma enormidade de vezes, até que ou o objeto de amor foi modificado ou outra personalidade veio compensar a fonte de amor, que manava sem receber nada em troca. Nada há propriamente de graça, no reino humano de evolução. Se você desejar progresso espiritual, tome a dianteira do empenho pessoal. Esteja certo de que não há vítimas inocentes, nem vilões tão injustos, quanto parece à primeira vista. E, com toda certeza, aprisionar-se no complexo de vítima é o mais rápido caminho para o desperdício da oportunidade de crescimento que é ofertada pela Vida.

(Texto recebido em 2 de dezembro de 2004.)


(*1) Este texto figurou neste site como mensagem da sexta-feira próxima passada, sendo substituído pelo artigo: “Calúnia Sutil”, às 6 h (de Sergipe) daquele dia (7 h, no fuso de Brasília). Caso deseje acessar este último, clique no ícone “mensagens anteriores”, no canto esquerdo de seu monitor.

(*2) Fundamental esclarecimento que Eugênia faz a respeito de suas idéias sobre lei de causa-e-efeito, já que, para alguns menos atentos, parecia que a grande mentora da outra dimensão dava a entender que a lei do carma não existe, mas apenas o princípio da evolução.

(*3) Eugênia faz uso da primeira pessoa do plural, não obedecendo propriamente à regra do Português culto de assim se referir a si mesma, mas sim para denunciar que fala em nome da Comunidade dos Espíritos Superiores.

(*4) Ralf Waldo Emmerson (1803-1882), filósofo norte-americano, criador da Escola Transcendentalista.

(Notas do Médium)