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Euzébio¹ percebeu o chamado de sua Mestra desencarnada, Beatriz de Aquitânia, e respondeu, internamente: “Pode falar, adorável Mãe Espiritual”.

A Orientadora do Plano Sublime intensificou sua emanação mental, em direção do médium, e solicitou o início da gravação de uma mensagem coletiva. Após acionar dispositivo eletrônico de registro de áudio, Euzébio começou a falar, em nome da grande Alma, sem qualquer preparação prévia, seguindo o fluxo de ideias que lhe eram transmitidas por Beatriz e os Seres do Plano Maior que com ela trabalham.

Nos primeiros dois ou três minutos da comunicação, eram quase indistinguíveis para quem os ouvia. Mergulhados, há decênios, em entrelaçamento e intercâmbio de Espírito a Espírito, com intuito de esclarecimento da coletividade, é natural para o medianeiro e sua Condutora essa união profunda, em magnífica sinergia psíquica.

O tom de voz de Euzébio adquiriu uma inflexão especial de ternura e leveza, sem que houvesse uma psicofonia completa. De perfil predominantemente masculino, dir-se-ia com clareza, naqueles primeiros instantes da canalização, que uma nobre figura de Mãe se manifestava por seu intermédio, apesar do aparelho fonador viril.

Mais ou menos à altura do quarto minuto, entretanto, foi perceptível, no médium, a modificação gradual do timbre vocal, da maneira de falar e de abordar os assuntos, dando a notar que “Alguém” mais assumira a dianteira da interação interdimensional.

De fato, um egrégio vulto de Professor-Profeta, Marcos de Antioquia, assenhoreou-se do organismo mediúnico, debaixo da tutela da própria Beatriz, e o trio se ajustou, em intrincadíssimo e elaborado método de comunhão mental, com impressionante naturalidade, denotando não só a elevada envergadura evolutiva dos dois Espíritos, mas também a relativa frequência com que se prestavam àquela ordem de iniciativa, com o mesmo intérprete encarnado.

E o tema fluiu, qual cascata, com brilho nos raciocínios, no vernáculo, nas imagens e analogias sugeridas, de forma muito semelhante ao que acontece nas preleções públicas de Euzébio. As duas mentes livres de corpos materiais e a psique medianímica, em perfeita harmonia de padrões de pensamento e sentimento, operavam como se compusessem uma só psique. Todavia, embora os três parecessem Um-Só, era nítida a dominância sinérgica entre Euzébio e Beatriz.

Assistíamos, ali, a impressionante evento de parceria psicológica, cognitiva e moral que, em outras ocasiões, se modifica, quando o Mentor Marcos cede lugar a outros(as) amigos(as) de nosso plano de existência, a exemplo do ínclito psiquiatra Dr. Teodoro. Não obstante, a dupla Euzébio-Beatriz e, num segundo nível, o trio Euzébio-Beatriz-Marcos não podem ser equiparados, em sua excelência de integração de ondas mentais, por constituírem há milênios uma Família Espiritual nuclear, numa grandeza de acepção do termo dificilmente vivida na Terra.

Os três já se encontraram na posição de mãe, pai e filho (o médium sendo este último) por uma quantidade de vezes que se distende indefinidamente no tempo, dentro ou fora da matéria densa. Um exemplo emblemático, reforçamos nossa opinião, de quanto o sagrado instituto da Família pode conter ascendentes inalcançáveis à concepção humana terrena.

Euzébio teve reencarnações muito significativas na Grécia e na Roma Antigas, partilhadas com as duas Autoridades Espirituais que lhe são, pelo coração, perenes mãe e pai, atualmente desencarnados, e esteve igualmente com ambos, nem sempre na condição de filho biológico do casal, tanto antes quanto depois daquelas suas longínquas imersões no campo físico das culturas grega e romana.

Por outro lado, para tornar a questão ainda mais complexa, a relação de “casal místico” se dá, de modo muito mais profundo, entre Euzébio e sua Mãe Espiritual Beatriz. As sinergias psicoespirituais se estabelecem independentemente dos parâmetros de caráter erótico-conjugal, como amiúde vemos ocorrer entre familiares (da parentela consanguínea ou não) no próprio âmbito material de vida.

Quantas vezes notamos que a ligação mais importante entre duas pessoas acontece entre pai/mãe e filho(a) ou entre dois amigos, duas irmãs, e não entre esposos(as)? Não pretendo aqui dizer, com a palavra “importante”, necessariamente algo no sentido do grau de amor, mas do quanto há de compromissos de trabalho e realizações, ideal e propósito entre duas (ou mais) almas.

Gustavo Henrique (Espírito)
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
New Fairfield, Connecticut, EUA
9 de dezembro de 2018

1. Euzébio e Juliette (que figura em outras narrativas despretensiosas que temos trazido a lume, muitas já não mais acessíveis ao grande público) são pseudônimos que se referem a uma mesma personalidade encarnada. Sophia e Beatriz de Aquitânia, por sua vez, aludem ao mesmo Guia espiritual do Domínio Sublime de Consciência.
(Nota do Autor Espiritual)