Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.

Estudemos a criança. Tem o coração puro, mas a mente imatura. Observemos o adulto: tem a alma corrompida amiúde, mas porta uma mente treinada e consciente.

Onde estaria a condição ideal? Obviamente que nem em uma nem em outra circunstância. Aliás, separadamente, tanto o coração não pode ser propriamente puro, quanto a mente dispõe de recursos para ser totalmente lúcida. Sentimento sem razão é porta escancarada para toda ordem de desatino, tanto quanto razão sem sentimento torna-se máquina de calcular benefícios e utilidades egoísticos, não só inapta a intuir valores, como, inclusive, incapaz de vislumbrar grandes insights de significado, abrangência e sentido para as coisas.

Procure, caro amigo, a excelência do intelecto, mas burile, também, o plano de suas emoções. Comece por ficar consciente do que se passa em seu coração, ouvindo mais o que lhe dizem seus sentimentos. Eles lhe ensinarão mais do que pode por ora imaginar, afastá-lo-ão de grandes perigos, alertá-lo-ão para fantásticas oportunidades de trabalho, realização, amor e felicidade e ainda lhe tornarão uma pessoa mais viva, mais presente, mais satisfeita, mais saudável… inteira.

Claro que deve cuidar de sua mente, mas isso você já tem feito, não é mesmo? E, se não faz, sabe como fazer. A educação que recebeu oferece-lhe todos os caminhos para a expansão e enriquecimento dos valores mentais. Agora, chegou a hora de ativar o outro lado de sua alma, tão ou mais importante que o saber e entender: o sentir, compreender e vivenciar. Aliás, o que significa viver? Não poderíamos substituir o verbo “viver” por “sentir”?

Ouça seu coração, alimente seu coração, ame e intua, saboreie a vida e se delicie com cada pormenor da existência. Aprecie uma paisagem, mergulhe no universo do interlocultor quando estiver conversando, entregue-se a Deus em prece sincera e fervorosa, dedique-se à poesia, à meditação, à oração, à boa música. Ative o hemisfério direito de seu cérebro. Desperte sua mente para a enormidade de potenciais adormecidos que traz em gérmen.

Sentir é viver. Sentir educadamente é engrandecer-se. Sentir com sublimidade é divinizar-se.

(Texto recebido em 10 de abril de 2002.)