Há um espectro do desculpar-se, em graus variados de erro-acerto. O indivíduo pode:

1. Não admitir a própria culpa.

2. Perceber a culpa, mas o orgulho lhe bloqueia o pedido de desculpas.

3. Não perceber a culpa, mas fazer o pedido de desculpas socialmente, para aplacar ânimos exaltados ou solucionar, superficial e provisoriamente, o problema relacional.

4. Solicitar desculpas sinceramente, mas sem o comprometimento sério com a automudança – o que o levará a incorrer na mesma falta, cedo ou tarde.

5. Reconhecer o erro em que resvalou, desculpar-se pelo deslize cometido e tomar providências eficazes de reeducação pessoal, para, quanto possível, evitar novas quedas no mesmo equívoco de conduta. Neste ponto, a culpa foi convertida em responsabilidade ativa, curativa e transformadora.

6. Alcançar a excelência moral do autoperdão, uma expressão profunda da capacidade de perdoar (per-doar: doar “completamente”, como significado do prefixo latino “per”), que implica misericórdia: amar a pessoa não apesar de uma falta, mas exatamente mais amá-la por causa de sua falha, sob a inspiração divina da piedade, que faz ver em quem ataca alguém que sofre e pede socorro. Da perspectiva de quem incorre em erro, é o potencial ativado de se amar e se empenhar no autoaprimoramento, em regímen de paz, alegria, desejo de servir e mobilização efetiva em realizar um bem maior do que o mal que haja perpetrado.

Espírito Eugênia-Aspásia
Médium: Benjamin Teixeira de Aguiar
6 de junho de 2016