Arthur Percy Dixon (1884-1917)

Há muito desespero e desconfiança, pirraça e infelicidade, até nas relações supostamente puras e desapegadas, que deveriam ser livres de impulsos de controle e manipulação, como as entretecidas por amigos(as) e familiares. Podemos e devemos buscar mais, lutar pelo respeito e pelo autorrespeito, por amar e sermos amados(as), verdadeiramente!… Afinal, em última análise, sem amor autêntico, de natureza sexual ou não, o que valerá a pena na vida?

Não será à base de posturas extremadas que encontraremos a realização nos relacionamentos interpessoais, sendo intolerantes e inflexíveis, por um lado, ou passivos(as) e “bonzinhos(boazinhas)”, por outro, porque a intolerância atrai mágoa e amargura, ao passo que a passividade fomenta violência e abuso progressivos.

A tarefa é bem mais intrincada e trabalhosa do que se imagina, e está bem longe de ser uma loteria que favoreça alguns(umas) privilegiados(as) da “sorte”. Cada um(a) deve se empenhar continuamente em trabalhar por fortalecer e depurar seus vínculos afetivos, porque a felicidade relacional, de qualquer gênero, embora em parte seja uma graça, constitui sempre resultado de árduo processo de automelhoria, sobremaneira no que concerne ao desenvolvimento e prática da capacidade de dizer “não” a relacionamentos doentios (incluindo os familiares biológicos) e de renunciar, em contrapartida, a caprichos egoicos, que costumam impedir a aproximação da “pessoa certa”, inviabilizando a concretização do “sonho afetivo” – que se pode converter em pesadelo.

Para atrair pessoas ou situações “certas”, não basta acreditar no melhor: é preciso, sim – atenção! –, tornar-se uma pessoa melhor, em todos os sentidos, a começar pela defesa enérgica do que se considera essencial, dos sentimentos e ideais mais sagrados ao próprio coração. E, é claro, a satisfação e o interesse em felicitar o ser amado, dos mínimos (amiúde mais importantes) aos grandes lances do dia a dia, geram forte magnetismo pessoal, propiciando a completude da alma. Esperar pelo príncipe ou princesa encantados, enquanto se é um(a) sapo(a) moral ou psicologicamente, não soa um contrassenso óbvio?…

Benjamin Teixeira de Aguiar e Amigos(as) Espirituais
14 de junho de 2015