“Nostos” (significando “voltar”), do grego, e “algia” (com sentido de “dor”), vocábulo igualmente do idioma dos grandes sábios da Antiguidade Clássica, foram utilizados para conformar um terceiro, presente praticamente (com pequenas variantes) em todas as línguas europeias modernas, conhecido pelos lusófonos como “nostalgia”.

Algo diferente da famigerada “saudade”, palavra que só existe em português e que tem conotações comumente positivas, do bom culto às memórias saudáveis, “nostalgia” foi cunhada por um médico alemão do século XIX para nominar o curioso fenômeno das câimbras, cócegas e mesmo dores percebidas por soldados remanescentes de campos de batalha, que houveram perdido membros em amputações necessárias, após graves injúrias em luta.

Foi este último “sentimento” que a dominou (1), e não a construtiva saudade, tão estimada Taisinha, quando de suas rememorações mais dolorosas (2) do período infantil da presente existência física (3), que lhe povoaram o cérebro nestas duas últimas semanas aproximadas (4).

As “câimbras” dos recalques sofridos (5), as “cócegas” das premências por manifestar qualidades que foram reprimidas (6), as dores da frustração profunda, por não se realizar onde muito desejara (7), fizeram-lhe latejar a mente e contorcer o coração em momentos difíceis de lágrimas (8) e silêncios paralisantes (9).

Não podemos reverter completamente quadros psicológicos que se fazem estruturais. Por isso, não é útil “revolver a arma na ferida”, por assim dizer, ou “chorar sobre o leite derramado”, n’outro mais leve aforismo popular. Todavia, a superação de perdas dramáticas que nos soam trágicas e irreparáveis pode constituir o propósito evolutivo “par excellence” (por excelência) de uma reencarnação.

Assim como a Divina Providência “furta” de determinadas espécies as habilidades de locomoção em terra, a fim de lhes conceder barbatanas e guelras para o nado e mergulho perfeitos, ou asas e aerodinâmica formidáveis para o voo espetacular, igualmente e com muito mais razão, no universo humano de existência e de infinitas possibilidades de expressão, uma bailarina de alma (à guisa de ilustração simples), com anatomofisiologia imprópria à dança profissional, pode ser propelida a descobrir a vocação para o “ballet” linguístico da fraseologia brilhante e da conceituação impecável, tornando-se emérita professora ou meritíssima magistrada.

Meditemos em torno de nossas limitações, dificuldades e mesmo adversidades que se nos afiguram amiúde gratuitas, indagando-nos da finalidade que a Sabedoria e Bondade Perfeitas de Deus colimam nos sugerir, para que aproveitemos desastres momentâneos ou desgraças aparentes como os mais significativos estímulos e trajetos pré-delineados, por mercê da Divindade, em favor da nossa e da felicidade de quantos possam ser beneficiados pelos serviços que venhamos a prestar.

Ressurjamos das próprias cinzas, qual a fênix da mitologia grega, ou como a borboleta multicolor rompendo o casulo-tumba da lagarta metamorfoseada, e sigamos os Passos do Cristo Ressurrecto, saindo vitoriosos do túmulo de nossas vacilações e incertezas, rumo ao sol glorioso da convicção firme e operante no Bem que vem de Cima e no bem que possamos desdobrar em prol de nossos irmãos e irmãs em humanidade!…

Sua mãe e orientadora espiritual, Eugênia-Aspásia.
Aracaju, 9 de julho de 2015.
Médium: Benjamin Teixeira de Aguiar.

(1 a 9) Dados que o médium desconhecia