Em minha última existência física, gostava muito de contemplar as crianças e observar-lhes e admirar-lhes a pureza angelical. Isso me fazia, de certa forma, entristecer, ao imaginar que as almas, quando se tornam adultas, perdem sua brancura original.

Desencarnada, todavia, aprendendo com os grandes mentores do espírito, fui saber que podemos, à nossa maneira, conservando toda a experiência e malícia que a maturidade nos concede, tornar nossas almas puras como as das crianças. Para isso, basta que nos concentremos nos ideais cristalinos da alma, ignorando as sujidades, a lama e os odores fétidos de nossos medos, angústias e neuroses. Aprendi que é possível ser feliz e puro (uma coisa equivale a outra), ao enfocarmos nossa mente em Deus, no Seu Infinito Amor e no fato de que somos Seus Instrumentos no mundo. E que, assim, fazendo nossa parte, com responsabilidade, devemos depois nos tranqüilizar, ainda que nada aconteça dentro do previsto. Todo sentimento de medo e de busca de poder acaba por desvirtuar a natureza de nossas almas, deixando-nos angustiados e doentes, por dentro e por fora, na alma e no corpo.

Alguém poderia dizer ser isso quase impossível. Mas os mentores nos dizem que tanto é executável que Jesus nos colocou esse processo como um dever, uma prerrogativa para que adentremos o Reino dos Céus. Ser puro e ser bom, desapegado de mágoas, desejos intensos e vontades mesquinhas, assim como as crianças, é o segredo para sermos realmente felizes, para entrarmos, agora mesmo, ainda que apenas um pouco a cada dia, no Reino de Deus.

Selma

(Texto recebido pelo médium Benjamin Teixeira, em 8 de abril de 2001.)