Que a Paz e a Inspiração do Divino Mestre nos envolvam sempre.

Agora, que o século da Ciência e da Tecnologia se finda, gostaríamos de deixar, em nome daqueles que representam o movimento espírita do plano espiritual, uma mensagem de exortação e estimulo à continuidade e a uma maior determinação nos trabalho de disseminação do ideal sobrevivencialista, na meca da cultura materialista. Queríamos deixar para vocês, que compõem o conjunto de seareiros mais engajados da causa, uma mensagem de fé de Cima, do Governo Espiritual do planeta.

Vocês são embaixadores da Luz no mundo das trevas. É verdade que existem imensos obstáculos, na seara espírita em terras de Washington. O trabalho ingente, porém, não pode sofrer solução de continuidade. Milhões de almas desesperadas periclitam, às vascas do tresloucamento e do terror, em meio às tentações de variada ordem, às solicitações mais díspares da cultura consumista, hedonista e imediatista que pervaga o inconsciente coletivo desse povo sofrido em dois séculos de poder excessivo.

O trabalho de divulgação espírita está atrasado por essas plagas, em algumas décadas. Poderíamos estar bem mais à frente, e não estamos. Alguns dos responsáveis por esse trabalho fracassaram redondamente, deixando-nos em delicada situação ante as Autoridades Angélicas a quem prestamos contas.

Desde os idos da década de 70, deveríamos ter uma malha de centros espíritas a se espraiar pela gleba abençoada dos líderes do mundo físico. Em meados do decênio seguinte, já estaríamos com tamanha expressão de influência, que Hollywood e a mídia como um todo estariam contaminadas pelas idéias espíritas. Todavia, o desvio foi tão grande, e a conseqüente procrastrinação na implantação da semente da verdade da mesma forma tão dilatada, que o que deveria ter começado nos anos 40, só teve início em finais da revolucionária década de 60, com o valoroso porta-voz da Espiritualidade na Terra, Chico Xavier, mais uma vez, como sempre, cobrindo buracos deixados pelos estróinas tergiversadores do dever. Não tínhamos mais para quem apelar, e, assim, valemo-nos, novamente, do extraordinário médium mineiro, o missionário coringa que fez a sua parte além do programado e ainda a de outros, a reboque de seu devotamento integral e abnegação heróica à causa.

Não bastasse o retardamento de vinte anos, os que aqui estavam encarregados de dar continuidade ao processo foram tardos em fazer medrar o gérmen plantado por Chico, e eis que, hoje, o nosso retardo na divulgação do Espirtismo em terras ianques vai em quase 40 anos.

A essa altura, como percebem, como os trabalhos de Deus não podem sofrer protelações além de certa medida, Hollywood já cumpre o seu papel, com uma safra crescente de filmes de temática espírita, desde meados dos anos 80, com as naturais distorções que uma abordagem dessa ordem pode fazer acontecerem, sem as balizas conceptuais e principiológicas que nos são propiciadas pela Doutrina Kardequiana.

Temos que, urgentemente, compensar o tempo perdido. Seremos cobrados por todo o mal que advier do bem que tivermos deixado de fazer (Questão 642 de O Livro dos Espíritos). Precisamos, de uma vez por todas, parar com os desculpismos viciosos, com a tendência à procrastinação, com toda forma elaborada de racionalização que propele à fuga do dever, da urgência, da necessidade gritante de levarmos a mensagem imortalista às multidões angustiadas, sequiosas de paz, esperança e felicidade.

Não temos o direito de adiar mais as nossas iniciativas audazes de fazer mais e melhor. Não temos o direito de elencar justificativas para não fazer o que pode salvar miríades vidas do suicídio direto ou de todas as outras formas menos diretas de perda total ou parcial das oportunidades existenciais de crescimento e realização pessoal e espiritual de milhões de consciências, encarnadas e desencarnadas.

Chegou a hora de pormos de lado nossos escrúpulos excessivos, nossos medos e vergonhas, nossas dúvidas e complexos e avançarmos, resolutos, para a senda que nos foi apontada como necessária, genuína e divina: a continuidade da Missão do Espírito Verdade.

E quem disser que essa não é uma expressão da verdade, estará desprezando a convocação de cima e negando-se a condição de espírita, na mais plena acepção da palavra, que não se acovarda ante as adversidades e limitações encontradiças na senda evolutiva, e, em particular, nesse caso, as resistências do sistema e filosofia materialistas em que se organiza a civilização terrícola.

Avante, amigos e irmãos da Causa Espírita. Eis o momento de agirmos. Eis o momento de lutarmos com mais determinação, denodo e garra do que nunca. O século XX se finda e o próximo não poderá fenecer, sem que a Humanidade inteira tenha tido oportunidade de ter sido enxertada pelas bolotas da felicidade que a Doutrina do Amor e da Razão ofereta, prodigamente.

Que cada um que tenha ensejo de ler-nos essas palavras singelas, termine essa leitura e imediatamente estabeleça um quadro de propostas internas quanto ao mais e melhor que poderá fazer, prática, objetivamente, pela causa do Alto. E, com toda certeza, se o fizer de coração e caso se dedique com sincero devotamento às metas que estipular para si, receberá, inexoravelmente, especial auxílio de Cima, já que, nunca olvidemos esse elemento essencial: o Trabalho não é nosso, a obra é do Cristo, e acontecerá de uma forma ou de outra, com nosso concurso ou não, mas não sem a abnegação de alguns poucos que realmente se disponham a ser Canais de Sua Vontade no mundo, renunciando às futilidades do momento e do personalismo, para fazer avançar a voz da Verdade sobre o mundo a Ignorância.

Esperando que ao menos um coração seja de fato tocado por nossas humildes palavras,

Servidor em Cristo,

Adolfo Bezerra de Menezes.
Danbury, Connecticut, Estados Unidos da América,
11 de dezembro de 2000.