Não se confunda consciência com moralismo introjetado culturalmente, com ausência de conflitos, com gosto ou interesses prevalentes da alma.

Consciência é espírito de dever, é cumprir o que se intui como incumbência pessoal designada por Deus, compromisso primacial esse que, muitas vezes, vai contra a própria conveniência.

Amiúde a consciência fere as convenções e, por conseguinte, não raro cria situações desconfortáveis, fazendo o(a) buscador(a) da Luz soar profundamente desagradável. A consciência pode até propiciar atitudes amáveis, mas, definitivamente, nem sempre as favorece.

A sintonia do amor não significa contínua ternura, complacência ou subserviência. Concordar constantemente com outras pessoas, invariavelmente correspondendo a expectativas alheias, constitui, em verdade, covardia, irresponsabilidade ou, tão só, crassa hipocrisia.

Nada há de nobre em estabelecer, como política de relação interpessoal, um estado permanente de aquiescência às opiniões ou demandas dos(as) outros(as). Muito pelo contrário, o que parece conveniência voltada para fora evidencia, em análise mais profunda, uma perseguição mesquinha da conveniência para si: manter a imagem de “bom moço” ou “boa moça” – uma farsa que inelutavelmente carreia terríveis prejuízos a quem a encena, atraindo, para os caminhos do(a) incauto(a), toda ordem de aproveitadores(as), manipuladores(as) e pseudossantos(as).

Existe, sim, o dever civilizado e cristão de ser, quanto possível, amoroso(a), psicológico(a), cuidadoso(a), com irmãos(ãs) em humanidade. Entretanto, o comportamento genuinamente honesto e amigo inexoravelmente conduz a criatura, aqui ou ali, a movimentos de maior firmeza, levando-a a assumir posturas antipáticas, para o próprio e o ego de terceiros, pela simples razão de estar utilizando de fato, no direcionamento de suas ações, o filtro do melhor serviço a prestar aos semelhantes.

Não aplicar esse crivo do legítimo propósito de fazer o bem ao próximo revela que a consciência e o coração estão sendo substituídos por expressões egoicas ou caprichosas – um engodo, talvez bem sofisticado, que o indivíduo prega contra si mesmo, uma chave de sintonia com o mal, a gerar vicissitudes e desastres evitáveis na linha de eventos de sua vida, no presente e no futuro…

Benjamin Teixeira de Aguiar (médium) e
Matheus-Anacleto (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
Bethel, CT, região metropolitana de Nova York, EUA
12 de novembro de 2020