Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Vês uma alma amada tomar rumo de infelicidade e perigo para si mesma?
Alerta-a, se te permitir. Liberta-a, internamente, se ela te não quiser ouvir. E, por fim, confia-a, em prece, a Deus.

Os dramas loucos do ego e as fantasias do romantismo levam-na a sentir-se empolgada, como se mergulhada num drama de folhetim. A polarização entre o parceiro de desvarios passionais e a família fá-la imaginar-se dentro de um vulcão de emoções excitantes. A falta de profundidade propele-a ao sentimento de vitimização pessoal e à idealização do companheiro, como no famoso complexo denominado “Síndrome de Estocolmo”.

Se ela preferir este caminho infantil e autodestrutivo, deixa-a ir – é o seu momento de aprender por conta própria. Continua teu trajeto de realizador do bem, em paz. Enquanto ela está, inconscientemente, querendo provar que pode, tu já tens certeza de seus méritos.

Ela pensa que duvidas de sua capacidade – esquecida, pelo tóxico hipnotizante da paixão, de que isso não é necessário para ti, já que foste o primeiro a acreditar em seu valor. Estás apenas preocupado, com o rumo indevido que ela dá aos próprios passos, porque vês, adiante, o que a pobrezinha não pode agora divisar, enovelada no surto neurológico do envolvimento passional (*).

Releva, ora e segue. São os dramas da evolução – o Céu está cheio de mães em situação equivalente à tua: notando o abismo em que seus filhos derrapam, sem nada poderem fazer por eles, a não ser respeitar o uso inapropriado do livre-arbítrio que os seus desdobram, e orar, em silêncio, no Plano em que se encontram.

(Texto recebido em 14 de janeiro de 2008. Revisão de Delano Mothé.)

(*) Eugênia alude a um fenômeno curioso, recém-descoberto no domínio físico de vida. Estudos de neurociências revelam que, no estado do “apaixonar-se”, o indivíduo tem regiões nobres da neurofisiologia cerebral desativadas ou comprometidas em seu funcionamento, de modo que não enxerga, com clareza, o que acontece em torno de si, principalmente em relação ao caráter ou à personalidade de quem é o objeto de sua paixão. Todos conhecemos casos de criaturas deslumbradas em enamoramento passional, que se mostram, as mais das vezes – ainda quando sumamente inteligentes e instruídas –, inaptas a perceber obviedades sobre quem é o foco de sua admiração. Só mais tarde, bem mais tarde, é que começarão a sair de seu “delírio” cerebral, passando a detectar o que, em princípio, só outras pessoas conseguiam vislumbrar.

(Nota do Médium)