(Diálogo Mediúnico com o Espírito Gustavo Henrique.)

[A psicóloga Rozângela Alves Justino e membros da Ku Klux Klan, sobre que se lê na Wikipédia: “Ku Klux Klan (também conhecida como KKK) é o nome de várias organizações racistas dos Estados Unidos que apoiam a supremacia branca e o protestantismo (padrão conhecido também como WASP) em detrimento de outras religiões. A KKK, em seu período mais forte, foi localizada principalmente na região sul dos E.U.A., em estados como Texas e Mississippi”, não por acaso contados entre os mais retrógrados dos Estados Unidos. Evangelismo que persegue minorias… Isso no Brasil também???]

Benjamin Teixeira, em diálogo
com o Espírito Gustavo Henrique.

Wagner Mendes, meu companheiro e Editor de Imagens de nosso site, propôs-me fazer – com plena anuência de Delano Mothé, Revisor de Textos de nossa Instituição e meu querido irmão do espírito, que presenciou o momento da sugestão do primeiro –, algumas perguntas, entrevistando-me em torno da temática palpitante, com vistas à publicação do resultado em nosso sítio eletrônico. Quando sentei-me a digitar, todavia, o Espírito manso e afável do Padre Gustavo Henrique dispôs-se a escrever, respondendo a Wagner. Assumi a condição de entrevistador.

(Benjamin Teixeira) – O que o senhor teria a dizer sobre a entrevista das “páginas amarelas” da Revista Veja desta semana?

(Espírito Gustavo Henrique) – Desculpem-me os mais sensíveis à ironia, mas uma excelente propaganda da Causa Gay. Não é necessário ser um ás em psicologia para deduzir que alguém que concede uma entrevista mascarado tem algo a ocultar, ou, no mínimo, não porta autoridade moral alguma para sustentar o que diz, por não aceitar ser vinculado publicamente ao que declara. É uma mensagem subliminar facilmente captada por qualquer um, inclusive colegiais. Por outro lado, a Revista inicia a entrevista revelando a tendência de evolução histórica e social, no sentido da aceitação da homossexualidade, no seio das nações desenvolvidas do Globo, e a jornalista manteve, inalteravelmente, a postura de fiscal do bom senso, “encurralando” a psicóloga antiética em suas próprias argumentações.

(BT) – Uma amiga gay enviou-me SMS indignada, desabafando, por sermos vistos agora como nazistas…

(EGH) – É notória a perseguição a gays, quanto a negros e a judeus, nos campos de concentração nazista. A senhora que pretendeu ridicularizar homossexuais e a militância pelos direitos de uma das mais perseguidas minorias da história, utilizando-se desta ferramenta como metáfora, girou o ridículo contra si mesma. É a famosa situação do “feitiço que se volta contra o feiticeiro”.

(O pessoal da KKK queima uma cruz e um deles apresenta a suástica nazista – ambos símbolos anticrísticos. Perseguidores de negros e gays, assim como de judeus, os nazistas, bem como os KKK, abominam o que veem como diferente. Hoje não se pode mais pregar racismo, nem antissemitismo, mas há uma pequena brecha para esta parcela abominável da cultura humana sobreviver: a homofobia. Abaixo os condenadores assassinos e genocidas, que disfarçam de dignidade e espiritualidade sua sanha perversa e diabólica, como o fizeram os religiosos que perseguiram e mataram Nosso Senhor Jesus: os fariseus e saduceus.)

(BT) – Então, é quase como se devêssemos comemorar?

(EGH) – Não é necessário temer-se a verdade, porque, quanto mais se acende a luz da razão, mais óbvia a razão fica, no lado em que de fato se encontra. Quando patologias sexuais são associadas à homossexualidade, com tantas alas da Ciência – como a Medicina Psiquiátrica, a Psicologia e a Antropologia –, há décadas, apontando para causas inclusive neurológicas para a atração sexual por pessoas do mesmo sexo, sem qualquer elemento psicopatológico intrinsecamente atrelado a esta inclinação afetiva, fica clara a má-fé de uma profissional que tem acesso a estes dados, porque é sabido que (para citar os distúrbios que ela indicou vinculados à “etiologia” gay) sadomasoquistas e pedófilos os há, em grande cópia, entre os heterossexuais, sendo, inclusive, mais famosos e graves os crimes cometidos por estes últimos, por uma razão muito simples: os heterossexuais constituem um contingente populacional maior que os homo e bissexuais (em tese). Ninguém é melhor ou pior, em termos de caráter ou inteligência, por ser homo, hétero ou bissexual. Por outro lado, a justificativa de que aquele que defende um ideal labora em causa própria faz-se mais patética ainda, porque são os heterossexuais lúcidos que mais estão, na atualidade, postulando o direito do um décimo da população homoafetiva, em pontos estratégicos como legislação, jurisprudência e política, assim como sucedeu, há poucos decênios, em relação às mulheres, que foram, em grande medida, auxiliadas, em seu “movimento feminista”, por homens conscientes e esclarecidos, que legislaram e mobilizaram a pena da vontade política em seu favor.

(BT) – Posso fazer uma última pergunta, provocativa?

(EGH) – Claro.

(A Inquisição europeia e as fogueiras ianques para a queima das bruxas caçadas. As perseguições continuam, ainda hoje, no último reduto da caça ao bode expiatório – agora, os homossexuais, uma sina de maldade e insensibilidade que se disfarçada no linguajar moderno, mas com o mesmo princípio em vigor: a negação ao direito de existirem, na sociedade, indivíduos que divirjam de um certo ponto de vista ou conduta tidos como da maioria.)

(BT) – Ela afirmou que tratou gays que testemunharam haver suspenso a prática homossexual e estar aliviados… Quer dizer alguma coisa sobre isso?

(EGH) – Não vou levantar suspeita sobre a veracidade destas informações, mas posso asseverar, sem qualquer espaço a dúvidas, que uma prática homossexual, como também a heterossexual, pode ser suspensa, e, inclusive, um indivíduo pode fazer sexo contra sua tendência biopsíquica natural, utilizando-se dos recursos da imaginação – as denominadas “fantasias sexuais”. Quanto a deixar de sentir desejo, conhece-se muito bem o fenômeno, em Psicologia, como “repressão” da libido, que degringolará, cedo ou tarde, em patologias (estas sim, graves morbos da psique), de natureza, extensão e profundidade inqualificáveis e imprevisíveis, incluindo doenças psicossomáticas devastadoras e fatais, como o câncer, muito conhecido como consequência de frustração cristalizada na alma. No que tange ao “alívio” que essas pessoas dizem experimentar – pode ser sincera a declaração –, não passa de fruto do desejo de se sentirem aceitas por familiares ou pelo grupo social de que façam parte, sem contar o mascaramento do próprio preconceito que, manifestado contra si mesmo, costuma ser mais virulento que quando voltado para terceiros…

(BT) – E talvez seja o caso da própria psicóloga, que se disse preocupada em ser vista como alguém com “problemas da sexualidade”…

(EGH) – Quanto a isso, a ética nos manda silenciar, muito embora a questão que você levantou seja interessante, porquanto não existe motivo para que uma pessoa sexualmente feliz e não-conflitiva – e não uma solteira que contraria a própria formação acadêmica – dedique-se a “curar” a sexualidade dos outros, em vez de tratar, cuidar e plenificar a própria.

(BT) – Querido Padre Gustavo, perdoe-me o delicado da questão, mas, quando li nosso diálogo para Delano, ele me apresentou um questionamento que considerei muito válido: que a sua referência à condição de “solteira”, na qualificação de pessoa com problemas sexuais, poderia ser preconceituosa. O senhor poderia nos esclarecer melhor qual foi sua intenção, se houve distorção de seu ponto de vista, na filtragem mediúnica, ou o que mais deseje acrescentar?

(EGH) – Delano fez comentário muito feliz. De fato, seria, isoladamente considerando, uma postura discriminatória, mas que, no contexto dos valores apresentados pela psicoterapeuta em foco, que pugna por preservar as “normas sociais”, como fez questão de declarar, se revela sustentável – e muito –, sobremaneira quando se aplica a alguém que conhece psicologia e diz trabalhar como terapeuta clínica. Para quem se mantém tão atrelada a valores tradicionalistas, há poucas opções que justifiquem uma mulher na maturidade se manter solteira: 1) ela é imatura e foge de relacionamentos – logo, não pode clinicar; 2) ela não foi interessante para ninguém, tendo sido rejeitada por todos os eventuais candidatos a uma relação afetiva saudável – o que menos ainda a qualifica como profissional de algo tão complexo e sutil quanto tratar a mente e os conflitos íntimos das pessoas; 3) ela rejeitou todos os candidatos, como insatisfatórios ou insuficientes, por narcisismo nas expectativas altas sobre si mesma e para o que deve aguardar receber da vida – o que a torna uma criatura perigosa para conduzir psicoterapias; 4) ela é assexuada, o que, para os padrões psicoterápicos clássicos, conservadores, indica um distúrbio, um recalque, uma disfunção; 5) ela é gay e deseja não admitir, por vaidade ou preconceito; 6) ela tem uma sexualidade vivida de forma livre, totalmente fora dos padrões regidos pelas convenções, o que uma visão reacionária tacharia de promiscuidade ou devassidão. Claro que inúmeros fatores podem levar um indivíduo a não contrair núpcias, mas, das opções acima, para uma avaliação conservadora, só nos resta uma alternativa a mais, que não foi aqui inclusa: 7) o celibato, que, todavia, entre evangélicos (conforme ela se declara, orgulhosamente), não existe e não é celebrado. Logo, pelo próprio código de valores que a própria entrevistada apresenta, para justificar sua atitude de intentar “curar” os gays, fica nitidamente revelado que esta senhora porta fortes distonias com ela mesma e com a sociedade, inconfessáveis e dolorosas (para os paradigmas que ela esposa), as quais se recusa a tratar, na projeção inconsequente e descaridosa de seus problemas de não-aceitação de si em seus pacientes, que precisariam de outra ordem de tratamento, que tanto falta a eles, quanto a ela: a aceitação de quem se é, bem como a maturidade da despreocupação com o que outros falarão a seu respeito, por se mostrar autêntico.

(BT) – Posso aditar outro ponto?

(EGH) – Sim.

(BT) – Existe um grupo de mulheres que supõe precisarem certos homens de ajuda para se tornarem afinados com seu “dever biológico” de serem sexualmente ativos com mulheres. Assim, atribuem a falta de “homens no mercado do sexo” à liberação gay. O senhor considera digno de algum comentário de sua parte este tipo de especulação?

(EGH) – Tão delirante quanto esquecerem que existem mulheres homossexuais, igualmente, e que, dentro desta aritmética mesquinha do jogo do sexo, estariam estas “empatando” homens heterossexuais que poderiam estar contraindo núpcias com mulheres heterossexuais. A liberação acontece não só para homens homossexuais, mas também para mulheres homoafetivas. Ruim é forçar-se alguém com natureza gay a viver um relacionamento heterossexual, pois que isso nunca poderá fomentar felicidade, nem para a pessoa, nem para quem estiver nas circunvizinhanças de sua existência. Uma terrível sombra de insatisfação e suspeita sobrepaira à tranquilidade doméstica de um casal formando por um ou dois indivíduos que se declaram ex-gays (pelo simples fato de que não deixam de ser gays – apenas suprimem o que são, adoecendo psíquica e moralmente, e adoecendo outros, em torno de si, inexoravelmente), se é que se pode esperar alguma ordem de tranquilidade, quando se violenta a própria constituição biopsíquica. Este movimento, que a tal senhora apresenta como novidade desenvolvida por ela, é antiquíssimo e foi aplicado universalmente, em todas as culturas patriarcais da Terra. Apenas, isso não era publicamente declarado, mas internamente vivido, com níveis de dor moral indescritíveis e inimagináveis para quem não vive o peso esmagador da opressão e do desamor medonhos da negação do direito de ser quem se é. As frustrações e conflitos íntimos, nesta conjuntura, tendem a se tornar tão agudos, que os filhos do casal, por exemplo, fazem-se fios-terra de toda ordem de desequilíbrios havidos com o casal, eis que muitos acabam por sustentar casamentos de fachada, mantendo vidas duplas, em que, na clandestinidade, perpetuam sua prática homossexual – a que são compelidos pelos instintos, da mesma maneira que os heterossexuais, às suas vivências de cópula heteroafetiva –, gerando infelicidade não só para si mesmos, como para a família inteira e os que estejam no seu raio de influência pessoal. Em outras palavras: ninguém ganha com isso. A liberação gay não é uma liberação dos homossexuais, mas da sociedade como um todo!…

(BT) – Uma vez o Espírito Roberto já se manifestou sobre o que vou falar agora, mas me sinto compelido a tocar no assunto com o senhor novamente, para lhe conhecer a visão a respeito: o mito do contágio gay, segundo o qual a pessoa se torna homossexual porque foi levada a experiências sexuais por pessoas mais velhas. Embora o senhor tenha tangenciado sutilmente o tema, ao abordar a problemática da pedofilia, esta conjectura reza que o indivíduo, ainda que maior de idade, pode ser conduzido a certas vivências fora de sua vontade e inclinações pessoais, apenas porque foi coagido a se viciar nelas.

(EGH) – Isso é tão verdadeiro quanto dizer-se que a heterossexualidade possa ser “transmitida” ou “induzida”. Se houvesse fundamento na idéia de que se “contrai” uma tendência sexual, não existiriam homossexuais no mundo, visto que, em tese, as criaturas só se reproduziriam se fossem hétero ou bissexuais. Os índices estatísticos, porém, revelam que o percentual de homossexualidade em crianças e jovens criados por casais constituídos de parceiros do mesmo sexo é menor do que o que se verifica entre pares heterossexuais(!) – o que nos leva a inferir que a repressão da homossexualidade fomenta-a, em fronteiriços, em vez de eliminá-la, como intentam os homofóbicos. Em suma, o ser humano se adapta a tudo, inclusive à infelicidade. Pregue-se a felicidade, com respeito à felicidade do semelhante, e cada um descobrirá exatamente qual é a sua “praia”, como se diz no popular. Quando alguém sofre um trauma, as reações são também idiossincráticas, e, mais uma vez, a natureza da pessoa é que comanda o mecanismo compensatório da psique. Uma menina abusada na infância poderá desenvolver-se como ninfomaníaca, frígida ou lésbica, conforme suas tendências personalíssimas. Isto é, fica claro que é o arcabouço psíquico da criatura que determina a forma como se processará a reação de cura ou, pelo menos, de compensação psicológica pela ferida emocional sofrida. E os traumas estão relacionados a apenas uma parcela dos casos. Se, ainda assim, encarássemos a homossexualidade como consequência de um trauma, teríamos então de alcunhar a genialidade e a fibra moral dos grandes líderes também de doentia, já que, quase sempre, a estrutura de personalidade e caráter dos grandes revolucionários e beneméritos da humanidade é fundida em ambientes altamente abusivos, sendo estes vultos históricos sistematicamente violentados, em várias dimensões consideradas.

(Mulheres, negras, gays – o que poderia ser mais abominável no passado? Elas foram realmente sacrificadas, em plena arena romana, apesar de uma estar grávida e outra já ter tido filho – como a maior parte dos gays que são forçados a vidas “normais”, no seio das sociedades homofóbicas. De fato, no dia 7 de março de 203, Santa Perpétua e Santa Felicidade foram degoladas, depois de longamente pisoteadas por uma vaca. Não eram propriamente cristãs, mas catecúmenas – a caminho do cristianismo. Eram gays… não podiam, à época, ser consideradas plenamente cristãs. Mas, por seu heroísmo na sustentação da fé… foram “perdoadas” por esta “falta” que lhes desdourava a virtude inatacável… – que horror!!!)

Só que exaustivos casos estudados denotam, inequivocamente, que tanto há traumatizados que não se “tornam” gays (1), como há homossexuais nascidos em ambientes funcionais, que lhes aceitam as predisposições inatas (2), como ainda existem heterossexuais surgidos de meios viciosos, que perpetuam sua heterossexualidade além-fronteiras do trauma, mas desdobrando patologias que nada têm a ver com a homossexualidade, como o voyerismo (3); assim como existem, aos montes, gays que reprimem suas tendências, para se enquadrarem em sociedades que condenam, com a morte (ou equivalente a isso), práticas homossexuais, tornando-se héteros maníacos (4). Muitos deles se convertem em personalidades perversas e mesquinhas, porque vivem num mundo que lhes subtraiu o direito de serem elas mesmas, qual se fossem esfaimados ensandecidos, que passam a vida a verem todos se alimentando, sem poderem eles comer, apesar de a fome nunca desaparecer. Quantos teriam estofo moral para suportar esta ordem de pressão? Vemos, assim, entre essas pessoas, muitos casos de alcoolismo, toxicomania variada, espancamento de mulheres, abuso de crianças… e por aí afora. Em outras palavras, forçar-se heterossexualidade, em termos de prática sexual (o que é possível), sem correspondência na natureza do indivíduo (que nunca será manobrável), pode gerar tamanho mal-estar e revolta íntima, que a criatura se converte num monstro antissocial, necessitando ser segregada do convívio em sociedade, tanto quanto um heterossexual se sentiria mal se fosse compelido a práticas gays, sistematicamente, ano sobre ano, a vida inteira, abominado por familiares, professores e religiosos por serem quem são, ouvindo isso desde o berço, em toda parte – o que, lamentavelmente, acontece com a quase totalidade dos 10% das comunidades humanas que subjazem presas de terríveis conflitos, consigo mesmas e com o mundo externo, em culturas que ainda não lhes aceitam a presença, a cidadania ou a ostensividade de suas tendências íntimas, como o simples dar a mão ao companheiro ou lhe oferecer um beijo casto nos lábios, do mesmo modo que os casais heterossexuais o fazem em público, como um direito instituído de demonstrarem afeto e de declararem, socialmente, quem são seus parceiros de cama… e de constituição de família. Mas, quando se tem isso entre gays, é comum que se veja apenas obscenidade e não manifestação de liberdade e personalidade.

Se ponderarmos com rigorosa justiça e isenção de paixões, algo só poderá ser considerado obsceno se aplicável a ambas as condições de consórcio afetivo: casais formados por pessoas de sexos opostos e aqueloutros compostos por indivíduos do mesmo sexo. Em se pretendendo um ridículo ou inaceitável que se atribua tão somente a gays, há desavergonhada discriminação, a tirania da maioria, conforme muito bem disse a psicóloga (acertando no que se refere a si mesma, e não à militância gay): um movimento semelhante ao nazista, que perfeitamente se enquadra na postura discriminatória às minorias, demonstrada pelos proponentes da homofobia, tal como ocorreu em todos os fenômenos históricos de “caça às bruxas”. A bruxa, de fato, representa a voz que condena, embora, cínica e venal, diga-se apiedada. Piedade não se mostra em palavras, mas sim em atos, a começar pela atitude vergonhosa de se ocultar por detrás de uma máscara. Religiosos homofóbicos se baseiam em textos bíblicos, mas sabem que a Bíblia condena muitas de suas práticas, como aceitar a igualdade entre os sexos e entre as raças – a palavra de Javé é acintosamente contrária a mulheres e homens não-israelitas. E por que, então, nestes tópicos, não se aplicam as Palavras da Bíblia, em termos literais, como se o faz no quesito homossexualidade? Utilizar argumentos espirituais para perseguir e anatematizar grupos específicos lembra a Inquisição e as Cruzadas medievais, apenas mais suavizadas e dentro da cor conceitual própria aos tempos modernos. O princípio, porém, é o mesmo: o desejo de eliminar a diferença ou, não sendo possível isso, extinguir o portador da diferença.


(Diálogo entabulado em 9 de agosto de 2009. Revisão de Delano Mothé.)

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