Pessoa alguma merece morrer. Não há crime que justifique surripiarmos a vida física de alguém. Todos precisamos da reencarnação para evoluir, mas sobremaneira os indivíduos mais limitados, incluindo os moralmente deformados, como os criminosos. Ou seja: quem parece não merecer viver (da ótica dos que defendem a tese da pena capital) é exatamente quem mais precisa da provação de continuar encarnado num mundo de vicissitudes e limitações, como também de régias oportunidades de crescimento e melhoria pessoais.

Nosso primitivismo espiritual é que nos fomenta o desejo brutal de vingança, fazendo com que nos nivelemos ao bruto que pretendemos punir, sem nos dar conta do contrassenso que é justificar o homicídio institucionalizado (a pena de morte) como força coibidora, por exemplo, do próprio crime de homicídio e de outros atentados contra a vida.

Benjamin Teixeira de Aguiar.
30 de janeiro de 2015.