Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Estive hoje dando uma volta pela cidade, como costumo fazer, episodicamente, a fim de obter um feedback direto dos nossos assistidos, quando percebi uma jovem, gritando fortemente por meu nome, no interior de sua mente angustiada. Fui pessoalmente socorrê-la. Encontrei-a cabisbaixa, olhar tristonho, chorando copiosamente.

– Minha filha – disse a ela, telepaticamente – por que tanta lágrima?

E ela me respondeu, internamente, sem notar minha presença, como se dialogasse consigo mesma:

– Ele não me ama… não me ama.

Coloquei, então, seu rosto colado ao meu ventre e lhe disse, com mais acento de mãe:

– Minha filha, eu a amo, outros a amam. Ele a ama, também, mas de outro modo.

– Mas ele não me ama “daquele jeito”… – redarguiu-me ela, fazendo alusão à ligação sexual que havia sido rompida.

E a minha protegida continuou, deprimida, abatida, derrotada.

Orei por alguns instantes e lhe mostrei seu futuro, intentando insuflar-lhe imagens mentais do que aproximadamente lhe ocorreria: um rapaz lhe estava reservado, mais bonito, mais inteligente, mais sábio, mais nobre. Todavia, a moça só conseguia reter, na tela mental, a imagem do ex-namorado. Sua psique não entrava em ressonância com as vibrações do otimismo, e seu estado de ânimo, durante o resto do dia, foi deplorável, como, por sinal, já vinha se arrastando a situação por vários dias.

Levei-lhe, por fim, amigos até ela, e uma voz maternal, em particular, transmitiu-lhe palavras de conforto que só notou terem provindo de Cá, quando a senhora se foi. Assim, terminou o dia tranquilizada, mas ainda cheia de amargura… lamentavelmente… porque sua contingência existencial é perfeitamente contornável, se ela fosse de fato fiel a seu ideal espírita, à filosofia do Projeto Salto Quântico: felicidade como lema, meta, desafio, carma, dever, destino…

* * * * *

Trouxe essa historieta, para os caros companheiros internautas, a fim de deixar claro como, amiúde, criaturas encarnadas dificultam o socorro que recebem, por se manterem impermeáveis às frequências psíquicas do otimismo, da boa-vontade, da fé. Assim, ficam como caixa de chumbo, vedadas às irradiações eletromagnéticas da paz e da felicidade.

Reaja aos impulsos do pessimismo e do cepticismo, como faria a uma lepra da alma. Não se deixe contaminar por suas toxinas grosseiras, e, tanto quanto possível, faça-se impregnar pelos eflúvios de alegria, esperança e fé no futuro, na força do Bem, na Onipotência e Onibondade Divinas.

Volta-e-meia, será isso difícil, principalmente em fases de crises pessoais ou coletivas, mas eis aí uma grande oportunidade de desenvolver maior capacidade de entrega, confiança e irrestrita conexão com o Divino, em resumo, de maravilhamento, de felicidade. Assim como somente criando resistências ao movimento de um músculo este dilata seu potencial de realizar tal movimento, o mesmo se dá com funções psíquicas e conscienciais: somente a sistemática submissão a injunções adversas favorece uma extensão profunda de seu poder original.

Não lamente mais o momento ruim que atravessa: torne-o bom, em meio a fatores contrários, e, quando a dificuldade passar, estará em situação magnífica de consciência e segurança, fortalecido para a manutenção de padrões de paz e felicidade.

(Texto recebido em 2 de abril de 2003.)