Benjamin Teixeira pelo espírito Gustavo Henrique.

O prezado amigo teme pelo amanhã sombrio que se desenha, ante a retentiva da alma, eclipsando-lhe as nesgas de esperança que ensaiavam surgir em seu espírito.

Reconheço que não são lá muito bons um ou outro aspecto de sua estrada existencial. Mas que o querido amigo terá a ganhar, concentrando-se no lado menos feliz do que lhe é dado viver? Haveria alguma inteligência nessa conduta? Ao reverso, por que não se concentrar no melhor, para potencializá-lo?

Liberte-se dos temores obscuros, irracionais, permeados de mistério e reverência mística. Somente quando se vive sob a égide da razão, quando se submete a alma ao império do bom senso, da lógica e da retidão moral, pode-se de fato envergar, tranqüilamente, a toga viril da felicidade sem máculas.

Evidente que com isso não estamos postulando o abandono da tentativa constante de atender à gritante necessidade de se ouvirem as emoções, construindo-se noções claras a respeito de si e das próprias e reais necessidades interiores. Falamos da necessidade igualmente indiscutível de, após auscultarem-se as informações difusas, enfeixadas nos conteúdos emocionais, entregar tais informes à razão, para que ela estabeleça as diretrizes desejáveis de conduta, a partir da nova visão.

Assim, agora, sem pestanejar um só minuto, jornadeie rapidamente pelo seu mundo interior, e vasculhe motivos de dúvida e medo, desânimo e tristeza, retornando para a central de comandos da razão, munido dos dados novos, para que, então, esteja em condições de tomar decisões mais acertadas e vencer no que, até então, soava impossível qualquer ordem de triunfo.

(Texto recebido em 5 de fevereiro de 2001.)