“(…) Em todas as coisas nos apresentamos como ministros de Deus, por uma constância nas tribulações, nas misérias, nas angústias, nos açoites, nos cárceres, nos tumultos populares, nos trabalhos, nas vigílias, nas privações; pela pureza, pela ciência, pela longanimidade, pela bondade, pelo Espírito Santo, por uma caridade sincera, pela palavra da verdade, pelo poder de Deus; pelas armas da justiça ofensivas e defensivas, através da honra e da desonra, da boa e da má fama. Tidos por impostores, somos, no entanto, sinceros; por desconhecidos, somos bem conhecidos; por agonizantes, estamos com vida; por condenados, e, no entanto, estamos livres da morte. Somos julgados tristes, nós que estamos sempre contentes; indigentes, porém enriquecendo a muitos; sem posses, nós que tudo possuímos!”

Paulo de Tarso (II Coríntios, 6: 4-10)

Benjamin Teixeira
pelo
Espírito Anacleto.

Segue, intimorato, tua jornada de autorredenção, resgatando, com ela, muitos dos que te acompanham, de perto ou de longe, nesta grande e histórica empreitada de disseminação da Luz Espiritual, para os novos tempos do início do Terceiro Milênio.

Fica em paz, caravaneiro da Luz. Nunca te abandonaremos. Não relegamos ao léu do desamparo aqueles que se fazem nossos fiéis despenseiros no Bem. Logo, pela tua perseverança, conquistaste nossa proteção, para que, a despeito de todos os ataques que sofres, de toda parte, de todos os lados (inclusive dos próprios que se dizem seguidores de Kardec e – blasfêmia das blasfêmias – canais da Espiritualidade Sublime), venças, e venças galhardamente!…

Não te amolentem o caráter os dardos com te que alvejem os que não sintonizam com a tua e a mensagem que nos caracterizam a posição de divulgadores do Evangelho de Jesus, na versão do século XXI. Cada século porta seus próprios expoentes, com as abordagens peculiares a seu tempo. A ruptura que enfrentaste com o Movimento, provisória, porque necessária, era de molde a que, antes de fugir aos ditames de tua consciência e perturbar os outros, com tua postura altiva e fiel às determinações de teus maiores, preservasses, como entendias, o bem de todos. Todavia, neste momento te fica claro o reverso: que não havia um “desrespeito” à Causa espírita, e sim uma renovação necessária, para que fossem absorvidos os valores essenciais da Nova Era, do novo século que se torna, agora, plenipotente, em seus valores evolutivos, e pudesses conduzir a multidão de sofredores, em busca de socorro e esclarecimento de toda sorte, nos enigmas complexos que são e serão faceados d’agora por diante.

Observa, por exemplo, como a defesa à homossexualidade, que parecia tão herética e escandalosa, há 15 anos, quando iniciaste tua pregação neste sentido, corajosamente, diante das câmeras de televisão, numa capital provinciana do Nordeste brasileiro, hoje se faz voz comum de toda gente esclarecida e minimamente madura ou instruída. Há outros assuntos, porém, que te responsabilizas por disseminar, que ainda não são muito palatáveis ao gosto geral. É natural que assim seja, já que segues à frente, qual porta-voz dos carros-chefes evolutivos das comunidades humanas.

Recorda que outros elementos do passado e mesmo os obviamente santos, como Chico Xavier, foram atacados por “lideranças espíritas” de sua época, sobremaneira no início de suas tarefas, e, no final… qual mesmo o nome destas criaturas infelizes que preferiam, por vaidade e inveja, colocar-se contra os movimentos do progresso humano?

Seguir os novos costumes de liberdades individuais plenamente respeitadas, e de consideração aos novos informes da Ciência, de modo algum pode constituir contradição com a Doutrina de Kardec, que reza, acima de tudo, deva haver progresso e adaptação de sua deontologia e conceitos, conforme as descobertas do engenho humano, em cada geração.

Não te impressione, assim, a fala da retaguarda. Ela passa. Os velhos ícones do Movimento Espírita do século XX desencarnam, e novo ciclo tem início. Muitos permanecerão fieis à antiga visão do século passado – como houve, na primeira metade do século XX, os que se mantiveram atreitos à moda clássica do Espiritismo do século XIX – e, durante todo o restante de suas encarnações, desperdiçarão a oportunidade de sintonizar com o futuro, com a (diga-se, n’outras palavras) evolução, com a Espiritualidade – seja-se bem claro, porque eis o motivo de interação entre os dois mundos: mudança, e mudança para melhor, adiantamento, burilamento e complexificação das ideias, dos costumes, principalmente do respeito ao próximo, da fraternidade, da caridade, do amor, que jamais poderiam existir plenamente sem respeito às minorias, sem lhes conceder o direito de cidadania, o direito de existirem, sem o sofisma e a hipocrisia da falsa caridade que diz amar, mas reprime, condena e persegue, denominando desequilibrados e obsediados aqueles que apenas não são conservadores ou se mostram mais honestos e transparentes em sua conduta, em vez de ocultarem quem realmente são, para não afrontarem as convenções vigentes…

A poeira da História se responsabilizará por relegar a inexorável ostracismo todos quantos se interpuserem contra os movimentos evolutivos. Ai daqueles que se colocam contra as Forças transformativas do Céu, em interação constante com a Terra, por meio dos que, pela mediunidade ostensiva ou tão-só pela inspiração, sintonizam-se com os novos valores do Paraíso na Terra.

Vê-se agora, muito nitidamente, em todos os setores da sociedade humana, dentro e fora dos rincões pátrios, o que acontece: legisladores, artistas, intelectuais de todas as ordens, políticos, juristas e alguns poucos religiosos (ainda muito poucos, lamentavelmente) fazerem eco a esta conclamação bendita do Céu, como tem se dado na emblemática defesa da Causa Gay – somos forçados a voltar ao assunto tão sensível à maioria dos conservadores, por representar muito bem todas as demais questões da vanguarda, menos dolorosas para os que se apegam ao passado.

Abominemos toda espécie de preconceito! Jesus conviveu com prostitutas, e disse que, por muito amarem (Lucas, 7: 36-50), entrariam elas no Reino dos Céus antes de muitos de Seus discípulos (Mateus, 21: 31). Chamou, para formar Seu círculo mais íntimo de companheiros de ministério, homens públicos, ignorantes e de má fama, como o empresário (dono de barca) Pedro, o cobrador de impostos e traidor da pátria Levi (Mateus) e o feminino João Evangelista, que, conforme relata o texto evangélico, tinha a cabeça deitada no ombro de Jesus, no dia da “Santa Ceia”, fazendo-se este o que mais parecia emasculado, justamente o único (entre todos os discípulos e apóstolos homens do Cristo) leal ao Mestre até o fim, ao lado das duas Santas Marias (Maria Santíssima e Madalena), aos Pés de Jesus até Sua “morte” – a coragem superior dos corações femininos… como sempre…

Abdiquemos, de uma vez por todas, deste apego ao passado que nos castra os voos para a legítima solidariedade e compreensão mútua… Vivamos o perdão e o amor, de modo profundo e pleno, como somente quem não faz distinção entre pessoas pode viver. Esqueçamos classes sociais e divisões de raça ou de cultura, de sexo ou preferência sexual, de religião ou de política. Que, consoante disse Nosso Senhor Jesus, em Sua última prece-profecia, antes de expirar na cruz, “sejamos todos Um!”

Provemos que somos realmente alinhados com o Plano Sublime de consciência, com os grandes Mestres que dirigem a Terra, demonstrando sintonia com a vanguarda, pois que só existe sintonia com o Céu na vanguarda equilibrada dos que se abrem a todos, sem discriminações ou insensibilidades, mediocridades e mesquinharias bairristas, nacionalistas, étnicas, sexistas ou ideológicas.

Cuidemos para não sermos seduzidos pelos pseudossábios da dimensão extrafísica de vida, que incluem palavras sonoras e doces em seus textos e falas, como “caridade” e “amor”, a fim de incitarem a divisão e sugerirem que se observe com prevenção quem não partilha de nossos pontos de vista, sobremaneira – estejamos todos bem alerta para isso – quando nos insuflam desconfiança para com os que pregam a abertura (de mentes e corações) a aceitarem-se paradigmas novos, conceitos diversos, assentados na mais legítima fraternidade e concórdia universais, porque as vozes que se levantarem contra os que apontam os caminhos evolutivos para a humanidade serão, inequivocamente, provenientes das Forças da desagregação, do mal, e jamais poderiam ser oriundas de Deus ou das Potências que O-A representam, ainda que tenham discurso elaborado ou fala mansa e adocicada, quais, segundo asseverou Nosso Senhor Jesus, “lobos roubadores, vestidos em pele de cordeiro”.

Atentemo-nos, oremos e, principalmente: vigiemos – porque Nosso Senhor pediu que primeiro vigiássemos para depois orar. Ou seja: abramos os nossos olhos, porque o bem pode estar onde costumamos identificar o mal, se nosso ego, nossos preconceitos pessoais, familiares e de grupo, nossos interesses pessoais, materiais e emocionais são feridos… Atentemo-nos! Atentemo-nos, para não perdermos a sintonia com o Céu, ainda que a Terra nos aplauda! Para que este aplauso da maioria que precisa ser educada e conduzida – e não adulada –, à guisa dos vaidosos covardes, que temem enfrentar a maioria e a cultura hegemônica?

Ai daqueles, por fim, que, em nome da Doutrina Espírita e da Doutrina Cristã como um todo, pregarem ideias retrógradas, como se fossem de Deus e do Cristo! E ai ainda mais daqueles que, para completar, não só não colaboram com a evolução planetária, como ainda depreciam a imagem dos que legitimamente trabalham pelo adiantamento das comunidades a que servem, por estarem estes a serviço da quebra de tradicionalismos vãos, que nada mais são do que cristalizações malevolentes na preguiça arrogante de gente que não quer mudar, porque não lhe convém mudar…

(Texto recebido em 14 de fevereiro de 2010.)


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