pelo espírito Eugênia.

Orar no banho, orar ao volante, orar às refeições, orar antes de dormir, orar ao se acordar. Orar sempre.

Orar em silêncio, por imagens e sentimentos; orar em silêncio, mas com discursos íntimos inaudíveis. Orar em voz alta; sozinho ou acompanhado; em público ou na vida privada; cantando ou dançando (como propunha o rei Davi); através de textos recitados, mas sentidos; através de falas espontâneas. Orar escrevendo, ou com música ao fundo, orar diante ou em meio à natureza, orar em gabinetes fechados ou em meio à multidão. Orar de todos os modos.

Não há que se dizer mais da importância da prece nas atividades humanas, na busca da excelência emocional e psicológica, na melhoria da própria sintonia espiritual. As pesquisas a respeito dos efeitos da oração no andamento de casos clínicos em observação chegam ao número de 1000 atualmente, comprovando, estatisticamente, os resultados inequívocos da oração sobre a saúde física e mental de pacientes em estado grave. Que se poderia dizer do que pode ela fazer em quadros menos sérios de saúde ou crise existencial? Saindo do espectro das Ciências, todas as religiões, do passado e do presente, do Oriente e do Ocidente, apregoam a importância da prece e da meditação, como caminho-disciplina imprescindível na busca e comunhão com o Divino.

Por outro lado, estados meditativos oracionais acontecem, embora não vistos como tais, principalmente quando negativos: os surtos de fúria, ciúme, paixões afetivas, ganância e ambição desmedidas, inveja e medo, depressão e ansiedade. No outro pólo, o da construtividade, estados alterados meditabundos, igualmente não percebidos, ocorrem: as boas conversações, as boas palestras públicas, os cantos da alma, os bons filmes e boas leituras, os momentos de ideal, de serviço fraterno e religioso, voluntário ou mesmo remunerado (no exercício consciencioso das profissões).

Entretanto, o valor do método da oração-meditação nunca poderá ser esquecido, a fim de que este hábito-sistema de vida favoreça a disciplina energética e mental profunda (do inconsciente), que propicie melhores acontecimentos e realizações mais nobres, no transcurso da existência humana. Que se quantifique o tempo, que se estabeleça um horário, que se aponha o exercício oracional-meditativo como atividade essencial do dia, favorecedor do maior e mais elevado rendimento de todas as demais ocupações e funções do indivíduo. Que não se discuta a sua natureza impreterível, assim como ninguém questiona a necessidade de respirar nem o atendimento ininterrupto a ela. E se isto parecer um exagero para alguns, perguntaríamos: como se pode passar sem Deus? Como almejar o progresso ou mesmo a sobrevivência em mundo tão complexo e caótico, sem o alinhamento com a Divina Providência e Seus fluxos soberanos?

Suspendamos a reclamação e vivamos a elação, o recolhimento e a serenidade propiciados pela prece. Cessemos as más conversações, sustemos as lamúrias sistemáticas, interrompamos o fluxo de pensamentos negativos – da mágoa, do pessimismo, do sentimento de abandono e de derrota. É possível criar uma verdadeira revolução existencial apenas fazendo a determinação de mudança neste sentido, com perseverança e fervor. É assim que o Céu se pode fazer na Terra, apesar de a declaração de “impossível” poder tipificar nossas atuais conclusões, em certos departamentos de nossas vidas.

“Orai, orai sempre”, pediu Nosso Senhor Jesus. Oremos, e nos salvemos de nós mesmos, de nossa incúria, de nossa loucura, de nossa ignorância, de nossa insensibilidade, de nossa estupidez… Oremos, e nos resgataremos de nossos abismos, de nossos vazios, de nossos pesadelos, de nossos desertos, de nossos infernos… E o Céu, então, descerá ao chão… em nossas vidas, em nossas almas, em nossos corações…

(Texto psicografado por Benjamin Teixeira, na reunião mediúnica fechada do dia 2 de maio de 2006. Revisão de Delano Mothé.)