Benjamin Teixeira de Aguiar
pelo Espírito Eugênia.

Não tolere abusos: oferte amor. Se alguém abusa de você, não quer amar: quer manipular. Mantenha, pois, distância da pessoa que age assim, no momento em que ela assim se comportar, a não ser que você encontre alguma forma de lhe desfazer o padrão destrutivo. Não sendo isso possível, simplesmente ignore-a. Destarte, você estará oferecendo ao(à) desrespeitador(a) um grande ato de amor, e essa lição-punição lhe será muito útil ao aprendizado de espírito eterno.

Não demonstre fraqueza para o lobo devorador. Aja com firmeza. Ser bom não é ser irresponsável consigo mesmo. Mas observe, também, se sua visão não está intoxicada com posturas defensivas, perdendo você a perspectiva da empatia. As pessoas não são tão más quanto parecem: são mesquinhas, egoístas, infantis. Não são propriamente cínicas e frias, como muitos supõem: são, na verdade, preguiçosas e um tanto covardes.

Releve, amigo(a), os acontecimentos comezinhos do dia a dia. É natural, nos relacionamentos interpessoais, atritos entre egos inflados-inflamados. Ignore questões de somenos importância, para que não perca a perspectiva das grandes.

Deixe a mágoa passar. Mágoas normalmente dizem respeito a eventos ligeiros. O amor é um fenômeno permanente. Não troque o permanente pelo circunstancial. Prefira o sacrifício de seus melindres. Vai notar, então, que fará uma economia extraordinária de sofrimento, evitando padecimentos completamente ociosos, dispensáveis e terrivelmente destrutivos, venais, capciosos como uma serpente.

Exercite o benquerer, a indulgência, o silêncio, a ternura. Tudo mais, afora o amor, é secundário. Não pretenda ter a razão: escolha o bem-estar, a felicidade. E o amor é a felicidade.

(Texto recebido em 12 de outubro de 2002.)