(Registros da Mediunidade – 13.)


Benjamin Teixeira e o Espírito Eugênia.

Faltavam ainda 30 minutos para 0h desta quarta-feira, 23 de setembro, quando senti uma sonolência irresistível. Notando que não se tratava de influência obsessiva, e sim, provavelmente, de um imperativo do corpo por repouso urgente, decidi deitar-me um pouco, por uma hora aproximada, para em seguida realizar um dos cultos diários do Evangelho.

Mal me ajustei ao leito em decúbito dorsal, Eugênia – a Mestra adorada – chamou meu querido príncipe encantado encarnado, Wagner Mendes, para falar com ele. Respondeu, então, a dois pedidos de orientação que o amado cônjuge fizera, na prece que desdobrou ao se acordar (pedidos-perguntas que eu desconhecia); solicitou que telefonasse a Maisa, minha caríssima irmã do espírito, que dirige a Instituição por mim e, principalmente, pelos Bons Espíritos, também atendendo a quesito de suas orações da última manhã (que igualmente eu desconhecia), e, logo após, passou a minudenciar outras questões da vida de Wagner – estas, de meu conhecimento –, fazendo imbricações curiosas com eventos e significados paralelos em minha existência.

Dentre estes últimos elementos, o que mais impressionou a ambos (a mim e a ele) foi a citação a duas pessoas, com liames de conexão simbólica entre essas figuras, a quem, respectivamente, Wagner e eu atribuímos a maior quantidade de malefícios que uma criatura nos tenha, individualmente, causado na presente passagem pela crosta da Terra. Ficamos em suspenso, naquela expectativa emocional quanto ao que de lindo e poético a Mestra nos diria a respeito de cada uma delas ou sobre as duas personalidades em conjunto Eis que, então, Eugênia, deixando bem clara a distância em que se encontra de nosso patamar egoico de autovitimização, autocomiseração e transferência de responsabilidade, asseverou, no mesmo tom plácido, de inalterável candura, sensibilidade e serenidade com que nos falava até o momento:

– Com a enunciação deste elo de significado subliminar e sincronístico entre ambos os indivíduos a que acabei de remetê-los, pela memória, sugiro que, além de perceberem mais um item que lhes enlaça os destinos, aditem a gratidão por estas duas criaturas, que se fizeram portadoras das mais importantes, impactantes e transformadoras lições que vocês dois receberam, no transcurso da reencarnação que os queridos filhos presentemente desfrutam.

Por fim, a certa altura, próximo do fim de sua palestra íntima encantadora, quão perturbadora e profunda, surpreendendo-nos deveras, já tomados por uma perplexidade que nos estarrecia, em vista das reflexões por Ela provocadas, a Sábia interrompeu o discurso e disse:

– Wagner: mais suave, meu filho! você está muito apressado!

Eu recebia massagem nos pés, que o querido consorte, muito amorosamente, me oferece quando estou deveras cansado e não quero dormir – havia muito trabalho a desdobrar madrugada adentro, como agora o faço, à guisa de postagem para o site hoje, por orientação da própria Espiritualidade. Ele me massageava, enquanto ouvia e conversava com Eugênia, a pedido dela mesma (tudo por intermédio de minha mediunidade), que julgou facilitasse o transe tal atividade relaxante, em vez de atrapalhá-lo – de fato: inclusive, chego, nestas ocasiões, a ficar parcialmente fora do corpo, vendo a situação d’outra perspectiva ou sentindo-me mais lá, com a Mentora espiritual e outros amigos da Outra Dimensão de Vida, do que no domínio físico de existência.

– Você  está muito acelerado! Suavemente… Ah!… Agora, sim!… Firme!… e suave!… Firme… e suave!

Achei aquilo um total desplante! O que a grande Mestra espiritual estaria fazendo, em perder tempo conduzindo uma massagem em meus pés? Céus! Que absurdo! Ela pode ser muito humilde, mas aquilo também já era demais! A esta altura, sem que Wagner tivesse nota do que me ia à cabeça, Eugênia pediu dissesse a ele – em verdade, respondendo à minha questão íntima:

– Tudo na vida deve ser feito seguindo-se este padrão psicológico e diretriz filosofal: firmeza geminada a suavidade. Agir com a determinação do Espírito, mas com desapego às paixões do ego. Ser assertivo, objetivo e mesmo corajoso, quão necessário, mas sem os impulsos de controle do ego, sem o desejo desgovernado do id, nem a censura do superego. Tão só e plenamente, a eficaz serenidade decidida do Eu Superior, que deve irradiar seu alinhamento com o Cosmos para todas as camadas dimensionais do ser!…

Estava pasmo, para variar, mais uma vez! Muito além dos dados precisos que desconheço, em Seus comunicados mediúnicos pessoais a terceiros, que tão generosamente a Sábia impoluta apresenta, como provas de autenticidade do fenômeno (não só aos destinatários das mensagens, mas a mim mesmo, pelos escrúpulos que naturalmente todo médium decente tem de não interferir, com o próprio inconsciente, ou de interferir o mínimo possível, nas comunicações de que somos canais), são estes rasgos de sabedoria, esbanjados a toda hora, mesmo nas situações do cotidiano mais prosaicas e aparentemente desprovidas de significado maior, que atestam, no meu entender, a grandeza da Espiritualidade Sublime.

Apesar de a revelação mediúnica de informes sobre as orações dos agraciados com missivas intermundos, com dados que desconheço, já indicar fortemente tratar-se o Espírito comunicante de um Agente da Espiritualidade Superior, visto que apenas as Inteligências que se encontram em faixas altas de consciência, para os padrões da Terra, podem decodificar informações contidas em “textos” transmitidos nas frequências psíquicas céleres da devoção, nada se compara à cascata de luz gerada pelos arroubos de insights excelsos que Ela e Seus Amigos costumam ofertar, em seus ditados amorosos e sábios.

Oremos e espalhemos o amor. Somos assistidos, em toda parte, a toda hora. Ainda que você não veja ou não ouça diretamente seus Guias Espirituais ou Anjos de Guarda, posso-lhe garantir, com a mesma convicção com que sinto a firmeza do chão que piso: você está sendo ouvido(a) e amparado(a), sobremaneira quando recebe, após ou durante suas orações, insuflações de ideias que sugiram algo a fazer ou transformar. Por sinal, este foi um dos itens ventilados por Eugênia, em uma das respostas às preces de meu querido Waguinho. Disse a Preceptora incomparável, como comentário a solicitação específica de pedido de socorro que ele fez pela manhã (e que Ela mencionou, antes das palavras que se seguem):

– Mais do que lhe responder a esta questão, sugiro-lhe aplicar-se a desenvolver o sistema fundamental de orientação que será útil e essencial a todos os departamentos e situações de sua existência: a bússola-radar da intuição, seja a intuição corpórea, a emocional, a mental ou a espiritual. Atendendo às impressões sutis destas quatro dimensões da intuição, o amigo terá roteiro seguro para todas as circunstâncias, minuto a minuto. Esta tarefa – que é tão fácil quanto difícil, dependendo de como seja ela abordada – constitui o desafio supremo da condição humana, de molde a que se trafegue do nível de percepções meramente operacional-egoico, para o transracional-espiritual, que, em sua plenitude, tipifica aqueles que galgaram o patamar angélico de consciência.

Bem… depois desta, o que mais posso acrescentar? Seria mesmo sacrílego qualquer comentário adicional. Não concorda? Salve Eugênia e a Espiritualidade Amiga que representa a Deus, Infinita Bondade, para todos nós e cada um, em particular.

(Texto redigido na madrugada de 23 de setembro de 2009.)