O demônio do desânimo, em meio ao terror do pandemônio

Nossa Mãe Maior apareceu-nos toldada de misterioso aspecto de tristeza. Assim qualificamos – “misterioso” –, pois que só podemos especular vagamente sobre a psicologia das Almas Crísticas, jamais alcançando um escrutínio seguro quanto a Seu estado de espírito, por se tratar de Seres muito acima do nível hominal de cognição.

Fitando-nos fundamente nos olhos, transmitiu-nos, pelo “sem-fio” do pensamento, o que a seguir traduzimos em vernáculo lusófono:

– “Filha minha, tantas vicissitudes poderiam ser abrandadas e encurtadas, nesta época de tão agudas provações coletivas!… Todavia, as pessoas que poderiam promover iniciativas propiciadoras dessas atenuações cármicas estão se considerando inaptas ou supondo improfícua sua parcela de contribuição, permitindo-se intoxicar, dessarte, por induções ao desânimo e à desistência de agir em prol do bem comum.

Não aludo apenas a grandes autoridades públicas ou a magnatas no campo do empreendedorismo privado, mas também a indivíduos ditos ‘comuns’, que presumem inúteis suas preces pela paz no mundo e mesmo seus esforços por se reequilibrarem, sistematicamente, no embate psíquico contra os vetores espirituais do caos e da desesperação.

Que, em alto-mar… encapelado mar desta crise global, com suas múltiplas faces de horror… cada criatura e toda pequena comunidade se mantenham vigilantes, na atitude de combate pela lucidez, pela paz, pela esperança, não importando a amplitude do raio de influência que julguem ter ou de fato tenham.

Nenhuma energia investida nesse empenho sagrado é perdida, porquanto, qual aconteceu nos dois episódios da multiplicação dos pães e dos peixes realizada por Jesus, conforme narrado nos Evangelhos canônicos¹, os poucos recursos que cada coração de boa vontade puder ofertar à pacificação da tormenta planetária serão potencializados amplamente, no sentido de, quanto possível, amainar os pavores da hora que passa e reduzir a extensão de tempo das expiações desta era sombria da civilização terrena.”

Terminado esse breve quão sábio enunciado, o Cristo-Mãe da Terra diluiu Sua Imagem diante de nós, que nos quedamos a refletir… e a planejar o que poderíamos fazer – como deveriam todos(as) os(as) componentes da humanidade terrestre – para melhorar nossa participação no processo de catalisar o arrefecimento da purgação medonha que atravessamos.

Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
em Nome de Maria Cristo
LaGrange, Nova York, EUA
4 de maio de 2022 

1. Mateus 14:13-21 e 15:32-38.