Em sua sabedoria extrema, a Espiritualidade Superior escolheu o momento em que todas as atenções se voltavam para o sucesso do pentacampeonato, para providenciar o desenlace do anjo entre nós, Francisco Cândido Xavier, o nosso doce Chico Xavier. Os milhares que, a todo momento, oravam por sua saúde e bem estar e que pensavam insistentemente em sua presença, distraíram-se do assunto, absorvidos pela alegria coletiva e, assim, como no comuníssimo evento da “melhora da morte”, que favorece a suspensão de uma energizaçao ininterrupta de um moribundo, feita inconscientemente pelos que não lhe querem o desencarne, Chico pôde partir para o reino de amor ao qual pertencia.

Não poderia haver hora melhor: o Brasil choraria amargamente a morte de Chico, não fosse a alegria de mais uma copa vencida. Agora, enquanto fazemos a festa aqui… há uma festa muito maior no Céu… Um anjo volta à sua pátria perdida… Um anjo que deve ser reverenciado por todos nós, após a gloriosa conclusão de uma missão gigantesca de amor e esclarecimento da humanidade.

Hoje, em luto pelo início da ausência física dele entre nós, o pai espiritual para todos que fazemos e compomos o movimento espírita mundial, tanto quanto, paradoxalmente, felizes pela libertação de alguém que não pertencia a esse mundo e que merece usufruir as delícias do paraíso, não colocaremos nenhuma mensagem mediúnica para nossa reflexão: seria sacrílego – a vida de amor e devotamento integrais ao próximo de Chico Xavier e o forte significado de chamado à vivência da espiritualidade que é feita a todos nós, com sua partida, já é motivo sobejo de reflexão, não só pelo dia de hoje, mas por um longo tempo.

Por fim, é dever de todos nós fazermos sentida prece de agradecimento, na intenção de Chico, a quem tanto devemos com seus 75 anos de exercício ininterrupto da mediunidade, 92 de vida física e 412 livros publicados, recebidos por intermédio de sua psicografia iluminada, para que ele tenha, mais do que já será, pela sua grande evolução, uma excelente passagem para a outra dimensão, sendo recebido, galhardamente, pelas altas Autoridades Espirituais que dirigem o planeta.

Partilhando com vocês essa dor-alegria,

Benjamin Teixeira.
Aracaju, 30 de junho de 2002.