pelo espírito
Clóvis Mozart Teixeira.

Fui engenheiro civil, pai de família, amigo de muitos, tive uma vida relativamente confortável e tranqüila para minha época, e vivi distanciado do essencial.

Não era importante, para minha perspectiva, ser religioso, a não ser nas convenções. Na minha visão de homem com formação científica, não poderia me permitir me enganar por tradições que pareciam constituídas à feição da mole ignorante de séculos passados, dos períodos pré-científicos da história.

Adoeci gravemente no final dos anos 70, e, por fim, desencarnei no Natal de 1979, entre dores lancinantes e o afeto de uma família amorosa. Estava desesperado, por ter que abandonar o mundo e mergulhar no misterioso e temível “nada”, que esperam os materialistas convictos para depois da morte, mas qual não foi minha surpresa quando, logo na “aduana” do “outro lado” da Vida, que nem de longe suspeitava existir, deparei-me com minha mãe e minha falecida cunhada, Brígida (*), que me aguardavam, recepcionando-me na “vida nova”. Felicidade seria pouco para descrever a alegria indescritível que me banhou o espírito. Então tudo era verdade: realmente existia vida além da matéria! Inebriado de ventura, consegui voltar-me para o corpo hirto de que me libertara facilmente, pela longa e dolorosa enfermidade degenerativa que me carcomera os tecidos, e beijei-lhe a fronte descorada, grato pelo trabalho que tivera em me manter dentro de si, sobretudo naqueles momentos finais de vitalidade orgânica, e dele me despedi; ele que, durante décadas e até minutos antes, era por mim confundido com meu próprio ser: em verdade um mero veículo de carne que utilizara por quase oitenta anos de vida física.

Volto hoje, com freqüência, ao proscênio das experiências carnais, na condição de protetor de alguns entes queridos que deixei para trás, no corpo, mas não na alma. Uma filha e um neto são os motivos maiores de minha atenção, e a eles me dedico, por permissão de nossos Maiores, as autoridades espirituais que presidem nossos destinos. Na condição de engenheiro prestigiado no plano físico, fui reduzido aqui a mero comandante de tropas de vigilância espiritual, função de que muito me honro e com que me sinto deveras feliz, fazendo uso de meus conhecimentos de técnica e logística na construção civil (após alguns anos de treinamento avançado do “lado de cá”) em estratégias de combate energético a entidades malevolentes que pugnam por pôr a pique ou apenas atrapalhar o trabalho de meus familiares encarnados no campo do bem.

Minha mensagem… Você me perguntaria: qual o propósito de agora lhe falar? Bem… vim apenas dizer isto: que a vida continua depois da cessação da vida biológica, e que este milagre dos milagres faz tudo valer a pena; e que nossos afetos e desafetos prosseguem além-túmulo, gerando-nos alegrias inauditas ou causando-nos pesadelos de problemas, para muito além das lápides frias e tranqüilas nos cemitérios terrenos…

(Texto recebido em 7 de março de 2006.)

(*) Irmã Brígida, um dos orientadores desencarnados do Projeto Salto Quântico, co-autora espiritual de muitas mensagens publicadas neste site.
(Nota do Médium)

(Texto psicografado pelo médium Benjamin Teixeira. Revisão: Delano Mothé.)