Benjamin Teixeira pelo espírito Eugênia.

Os tipos agressivos são também os mais ativos.
Os mais egóicos e narcisistas, por seu turno, amiúde se expressam os mais visionários, corajosos e idealistas.
Os meticulosos, obsessivos e neuroticamente exigentes, por sua vez, mostram-se os mais aptos à administração conscienciosa e reta.

No trato com pessoas difíceis, no ambiente do trabalho, do ideal, ou mesmo na vida pessoal, não se esqueça desses importantes detalhes e, procurando focar o lado positivo de cada personalidade, ajudando-a a desenvolver suas virtudes e retrair, com isso, suas defecções, terá a oportunidade de ter pessoas produtivas, úteis e criativas a seu lado.

Claro que há pessoas que só apresentam o aspecto destrutivo de certos traços de personalidade, como há aquelas que, especiais a ponto de não parecerem pertencer à Terra, parecem, em primeiro exame, só portar a face boa dos mesmos. Todavia, no momento de excluir ou demonizar ou, por outra lado, idolatrar indivíduos, seja menoscabando ou superestimando os valores pessoais de cada elemento humano, pondere criteriosamente, para que interpretações parciais e tendenciosas não lhe toldem a visão de conjunto, dificultando ou mesmo inviabilizando as mais comezinhas realizações do dia a dia.

Vida em sociedade é laboratório de experiências psíquicas, emocionais e morais, favorecendo crescimento, amadurecimento, aprimoramento e transcendência de caracteres, no aproveitamento do melhor de cada qual, no aprendizado recíproco, na troca de estímulos, na fiscalização recíproca. Não fuja, assim, às situações críticas. Aquelas que mais o aterrorizam podem ser, justamente, as mais ricas de oportunidades de crescimento pessoal.

Sim, afaste-se e tome providências de defesa, quando a situação se fizer intolerável ou indigna. Mas, antes de se precipitar ao ataque descabido, à defesa estridente ou a fuga espetacular de compromissos assumidos, reflita com cuidado. Jesus não lhe estaria chamando a uma nova lição, a seu mesmo benefício e dos trabalhos que estão sob sua responsabilidade? Que adianta estar cercado de pessoas pacatas e… desvitalizadas? Que adianta funcionários, colegas e superiores certinhos, mas incompetentes, improdutivos ou desanimados? Para que um companheiro ou familiares doces e amáveis, mas sem vida, sem graça, sem paixão e sem estímulo ao trabalho e à auto-corrigenda?

Pense bem no que realmente quer. Talvez não seja o que pensa. E, mente fixa nisso, pense duas vezes antes de tomar uma decisão precipitada no sentido de se desvincular de personalidades que talvez sejam as que maior potencial apresentam para lhe incentivar e mesmo propiciar o seu progresso e realização em diversos sentidos.

(Texto recebido em 25 de agosto de 2001.)