Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eustáquio.



Tua mente se casa a profunda tristeza, por antigos erros de ontem? Perdoa a ti mesmo e segue, duplicando a disposição de serviço ao Senhor Supremo.

A melancolia te vem, escorada na presença de inúmeras adversidades, na tarefa a que te dedicas? Sê prático, delibera o que está em teu alcance, e o demais confia ao Senhor, que te dará a solução, em tempo hábil.

Supões-te caso perdido, para as questões superiores que te afligem o espírito? Segreda a Ele tuas aflições do ideal, e lembra-te de que, como Ele mesmo disse, a Deus nada é impossível.

Teus entes queridos te não compreendem;
Colegas de trabalho atassalham-te o moral e a reputação;
Amigos da véspera desertam, espavoridos, na hora de testemunho mais grave?
As energias de angústia e de desespero de muitos te crivam a alma sensível?

Por tudo isso, mais uma vez, recorda do Cristo subindo solitário a elevação do Gólgota, para ser trespassado por pregos grossos, nos punhos e nos pés, e, por fim, ser alvejado, no peito, por lança ignóbil, e notarás que tais eventos são naturais na humana existência.

Acostumado com os prometedores de maravilhas, facilidades e confortos indébitos, quando não inviáveis, da modernidade viciada em confortos excessivos, quanto negligente com os esforços da realização, talvez divises tais assertivas por demasiadamente duras ou, quiçá, soando a anacrônicas apologias à dor. Entrementes, prezado amigo, tais fenômenos de provação e de luta fazem parte da vida, e, destarte, quem os ignora põe a pique a nau das próprias realizações, inapto que se fará a suportar as naturais dificuldades de qualquer edificação de vulto.

Busca a alegria, sim – e sempre; mas não te espante a dor, já que é tão natural nos concertos da existência, quanto a primeira. Agindo assim, aceitando os dois pólos da vida, saberás verter energia e permitir que os fluxos de Deus se manifestem dentro de tua vida e em torno dela.

(Texto recebido em 28 de fevereiro de 2005.)