Convencionalismo só serve como fator evolutivo para seres em estágio de desenvolvimento espiritual inferior ao da média planetária. Em criaturas primitivas, o moralismo dogmático exerce função disciplinadora, limitando-lhes, em medidas mínimas aceitáveis de civilidade, as inclinações à bestialidade e à viciação que lhes são inerentes.

No espírito cuja inteligência já pode adejar acima dos estreitos limites das aparências e atitudes exteriores, a consciência conclama a movimentos mais ousados, que demandam ponderação e decisão, a cada passo da existência, movimentos livres, portanto, de esquemas previamente estabelecidos de certo e errado ou de matrizes cristalizadas de decência, quase sempre mantidos por interesses inconfessáveis de grupos sociais específicos.

Da perspectiva de psiques mais amadurecidas no carreiro evolucional, o exercício do discernimento transcende o maniqueísmo contumaz das mentes atreladas a doutrinas religiosas e culturais que se fazem inimigas do bem por sufocarem a Espiritualidade autêntica – sempre espontânea e criativa, em todas as Suas manifestações.

Não é possível haver fórmulas prontas de bem proceder, em considerando a complexidade e imprevisibilidade dos fluxos e variáveis envolvidos nos eventos da condição humana.

Foque cada buscador(a) da Verdade o bem que possa promover, a todo momento, desenvolvendo o sentido de responsabilidade pessoal, que, em seu caráter intransferível, não se coaduna com as tendências egoicas à projeção de culpa em terceiros ou em acontecimentos do mundo físico.

Lembre-se o(a) discípulo(a) da Luz, por fim, de que a escolha do bem, em dada circunstância, deve, por princípio invariável, beneficiar o maior número possível de indivíduos inseridos na situação, não necessariamente no curto prazo, mas, em avaliando suas consequências, no médio e longo prazos.

Conforme lecionou Nosso Mestre e Senhor Jesus, conhecemos o valor de uma árvore pela qualidade de seus frutos. E adicionemos esta contemporização pragmática, com intuito didático e elucidativo: como seres humanos em conjuntura de falibilidade inarredável, avaliemos se a maior parte dos resultados de certa opção de vida é benevolente ou se, de reversa maneira, o percentual mais expressivo de seus efeitos é prejudicial a nós mesmos(as) e a todos(as) que sejam alcançados(as) por nosso raio de influência pessoal.

Temístocles (Espírito)
Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
11 de outubro de 2019