Benjamin Teixeira
pelo espírito
Gustavo Henrique.

Seu coração ameaça sucumbir. O mal parece ter vida própria – e tem: a que os homens lhe conferem, com suas forças mentais, além daqueles que realmente a ele se dedicam, no plano físico, quanto no extra-físico de existência.

O distanciamento provisório do plano do bem a que se confiou não tem importância, se você realmente se decide agora a começar o caminho de volta, ainda que aos tropeços, em meio a quedas, mais mesmo assim no processo de retorno.

Os abusos de diversa ordem terão ocasião de ser devidamente corrigidos; as conseqüências nefastas do que fez, apropriadamente compensadas. Somente de um pouco de disciplina e de vontade de vencer é que precisa, além da boa vontade para, nesse mesmo instante, tomar a iniciativa de começar a auto-corrigenda.

Não quero mais ver você triste. Você não deve ficar triste, e sim reflexivo, pronto para a reedificação de um mundo melhor, a partir dos escombros do antigo. Não deve ficar remoendo as cenas de quedas de outrora, e sim se concentrar nas possibilidades de acerto que agora mesmo lhe sorriem, criativamente gerando mecanismos de defesa, para não se render novamente à própria inclinação negativa, cada vez mais sofisticados e eficientes, até a completa erradicação da tendência indesejável, e da canalização de suas forças para o campo do bem.

Você não precisa chegar aos confins do inferno para fazer a viagem de retorno. Em qualquer tempo, você pode se conscientizar da condição de erro em que se encontra, exorar por forças de Cima, e simplesmente dar início ao processo, sem esperar por situações ideais, que nunca chegarão em verdade. Quanto mais se procrastina o começo do esforço por voltar à Casa do Pai, mais difícil se faz o regresso.

Pare agora com toda lamentação vazia. Transforme o momento de desdouro moral, em um forno depurador dos metais interiores que jazem ocultos nas minas de seu coração, criando, com espírito prático e objetivo, recursos por lhes propiciar manifestação efetiva no mundo material.

Você vai vencer, prezado amigo. É só uma questão de tempo, e você pode, muito bem, decidir que esse tempo seja hoje.

(Texto recebido em 23 de dezembro de 2000.)