Nem sempre haverá ausência de conflito entre as diversas vozes de seu panteão de fatores psíquicos.

Todo ser humano é basicamente uma cacofonia de vetores mentais, com raros momentos de perfeita harmonia.

Embora geralmente não seja óbvio nem deva se fazer permanente ou crítico, em personalidades ditas normais, esse fenômeno desagradável é universal.

Busque o equilíbrio, a tranquilidade, a verdade (pessoal e provisória), a fim de encontrar, em meio à desordem aparente de tal mixórdia psicológica, um padrão oculto de “ordem implicada num nível mais alto de complexidade”¹.

Em primeiro instante, essa ordem jazerá num plano de inconsciência ou, melhor dizendo, supraconsciência, residindo, portanto, no campo das sementes de grandeza que repousam, em latência, nas profundezas abissais da alma, à espera de serem despertadas da potência para a ação, pelo movimento da evolução.

Lamentavelmente, é comum que as criaturas humanas, quando confrontadas com experiências de confusão interior, compreendam-nas, pelo prisma de uma análise superficial, como alienação da realidade ou desarranjo mental, de modo que se rendem ao ímpeto da fuga imediata e escolhem o caminho do menor esforço, retornando à zona de conforto da suposta inexistência de conflitos e renunciando a assimilar a mensagem implícita de estímulo ao aprendizado e ao crescimento espirituais.

A turbulência da crise constitui um combustível para a transcendência do patamar consciencial em que o indivíduo estagia, e não um elemento inerentemente destrutivo de sua paz, bem-estar e felicidade.

Benjamin Teixeira de Aguiar (médium)
Eugênia-Aspásia (Espírito)
28 de janeiro de 2008

1. Princípio da matemática do caos.
(Nota do médium)