Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Mais tarde, às vezes, é melhor que mais cedo. Na cultura da velocidade em que estamos imersos, amiúde as pessoas se preocupam mais com a rapidez dos resultados e se squecem da qualidade das suas intenções e mesmo dos rocedimentos para atingir determinados fins, chegando ao disparate dos maus resultados, em função da celeridade em se alcançá-los.

Agindo sempre à pressa, é possível que se perca o referencial íntimo do que se está fazendo, não só da motivação mais profunda, mas do ponto em que se insere no esquema geral das coisas, dos próprios conceitos e prioridades de vida, bem como também de todos os compromissos e relacionamentos que se tenha na interação com a sociedade.

Destarte, estando confuso, dê tempo para que haja incubação cabível à digestão da problemática em foco; e para que, após o processamento psicológico necessário, você possa se posicionar com sensatez, sabedoria, praticidade, e possa atingir os resultados esperados, sem se prejudicar e sem gerar prejuízo a outras pessoas.

Cuidado para não entrar na hipnose coletiva, na ilusão generalizada de que o mais rápido é melhor. Recorde-se da lenda “A lebre e a tartaruga”: aquele que anda devagar pode caminhar com mais firmeza, pode contemplar a paisagem em torno, pode crescer no processo, ocupando-se com outras atividades. Quem vive à correria, além do que possa vivenciar, ultrapassando a velocidade máxima que lhe propicie uma experiência profunda, pode viver de forma mecânica, esquecer-se do essencial, desconectar-se de si mesmo, desligar-se de Deus, desgraçar-se, e descobrir, talvez tarde demais, que os patrimônios mais preciosos da vida, qual a família, os entes queridos, a vocação, o ideal foram defenestrados e perdidos, talvez para sempre para a presente encarnação.

Não espere acontecer isso com você! Reduza o próprio passo, estugado pelo estímulo da mídia, do convívio em sociedade, da sua comunidade, que o acelera sem que se dê conta disso. Reserve minutos do dia ou expedientes na semana para atividades contemplativas, meditativas, a fim de que então possa incorporar a si mesmo, como padrão permanente, o estado de consciência da “testemunha invisível”, que sabe abstrair-se das circunstâncias vividas e observar sem se envolver, enxergando as coisas como elas realmente são, eventos e pessoas como de fato se apresentam, e não conforme as ilusões da velocidade excessiva, que faz com que misturemos situações, embaralhando-as, e assim, confundindo-nos completamente, desperdiçando ensejos de ser feliz, aprender, estar em paz e ser útil.

(Mensagem recebida psicofonicamente, na reunião mediúnica fechada de 17 de janeiro de 2006.)