Benjamin Teixeira de Aguiar,
em diálogo com o
Espírito Andréa (*1).

(Benjamin Teixeira de Aguiar) – Olá, Andréa! Como está?

(Espírito Andréa) – Bem, Benjamin. Prazer em falar com você. Há quanto tempo, não é?

(BTA) – Sim. Sem dúvida. Principalmente desta forma mais direta. O prazer é todo meu. Recebi a informação de que você conversaria brevemente comigo nesta madrugada – estou certo?

(EA) – Sim, está. Gostaria de alertar – e fui designada para isso –, dentro de minhas limitações, a quem esteja mergulhado no cosmo material, que essa passagem existencial é extremamente rápida (ainda para alguém que venha a desfrutar de longevidade – o que nunca é certo – risos), e não vale a pena fazer muita conta e muito caso do que não tem importância. Meus poucos anos na última encarnação deram-me esta perspectiva de modo assaz forte e indelével. Felizmente e graças a Deus, apliquei meu breve tempo, no organismo de carne, de forma bastante construtiva, tendo sido auxiliada por pessoas próximas a mim, nesse particular, com muita eficácia, inclusive porque constou de meus pedidos, antes de renascer, que assim fosse. Como era por demais jovem (enquanto estive reencarnada), minha exemplificação se “resumiu” em ser uma boa cristã, filha amorosa, aluna dedicada, colega leal e, quanto esteve ao meu alcance, uma namorada carinhosa – embora também já soubéssemos (meus Guias Espirituais e eu), desde antes de meu nascimento igualmente, que, neste item, eu não seria bem compreendida, e, por isso mesmo, acabaria sendo martirizada (*2). Só que o sacrifício do meu último corpo físico foi a glorificação de minha alma, para um nível mais alto de compromissos e responsabilidades, pelo que fiquei muito grata a Deus. Não trocaria, de forma alguma, o que vivo hoje pela existência que eu teria no plano físico, caso permanecesse cativa à matéria por mais tempo. Eis a grande ilusão dos que lamentam minha partida, apesar de compreender que a reencarnação longa seja uma bênção: a questão é que, do Lado de Cá da Vida, posso fazer muito mais pelos meus amados e pelas Causas que me interessam e a que me devoto.

(BTA) – O que mais a interessa, Andréa? Que Causas seriam essas?

(EA) – Inspiro indivíduos e movimentos que estimulam o estudo, a aquisição de novos conhecimentos, a capacitação profissional, o amadurecimento psicológico, o crescimento espiritual, o desenvolvimento das infraestruturas de ensino e treinamento, sobremaneira as que abarquem grandes grupos humanos, de modo gratuito, como as que utilizam meios de comunicação de massa, ou que produzam palestras franqueadas a plateias expressivas, que tragam conteúdo edificante, que agreguem valores espirituais às vidas das pessoas alcançadas por tais iniciativas.

(BTA) – Então, Andréa, aproveite este meio (risos). O que você proporia aos nossos leitores, neste campo? Não conheço um único indivíduo que se sinta satisfeito com seu nível de conhecimento, cultura ou de preparo profissional, não ao menos que mo declare (risos) – porque sabe que soaria desmiolado… e, de fato, o seria, se pensasse em contrário… (risos)

(EA) – Estou na Escola da Sabedoria, e vocês têm uma Mestra que dispensa complementos. Mas arrisco destacar um elemento que julgo fundamental: começar com pouco e manter esse pouco, se possível, diariamente. Muita gente não lê todos os dias, porque tem vergonha de estabelecer para si uma rotina de meia hora ou mesmo de 15 minutos diários. E, por causa disso, não lê nada – é um contrassenso. Admito que estas quotas sejam pouco, mas é melhor pouco do que coisa alguma.

Segunda sugestão que faria, esta mais minha: é tão prazeroso estudar! Concentrar-se em descobrir e em desenvolver o prazer de estudar! O Espírito Eugênia fala muito sobre o prazer de trabalhar, de ser útil e até de… estudar! Para mim, nada se compara a desvelar universos novos de saber, por qualquer meio que seja. Faço referência não só a alternativas complexas ou de vulto como fazer um curso superior à distância ou mesmo retornar à carteira escolar, mas a coisas simples, que estimulem os sentidos e as idiossincrasias: usar cadernos, lápis, canetas de várias cores; ler e estudar livros rabiscando-os à vontade, fazer resenhas… (e incluir as novas tecnologias: tablets, laptops, celulares…) – tudo pode ser utilizado como ferramenta e incentivo ao estudo, sobremodo a maravilha da internet para pesquisas sérias.

Por que não se fala do prazer de estudar? Há uma hipnose nefanda – para usar o conceito que é muito propalado nesta Instituição: as hipnoses culturais –, que induz as pessoas a presumirem que o estudo é um sofrimento necessário a que se deve submeter, para “subir na vida”. Que loucura perigosa! E que desperdício de vida! Vários autores, endossados pela Direção Espiritual desta Casa, falam do quanto se deve ter prazer no ambiente de trabalho (ou procurar qualquer forma de deleite nele, se não houver possibilidade de mudança de emprego ou mesmo de profissão), já que se passa a maior parte do tempo dos dias e os melhores anos da vida material no esforço de “sobrevivência” – entre aspas, porque o termo é comumente usado para justificar o que não se sustenta, após uma análise mais detida. O mesmo se deve afirmar para o estudo, inclusive porque hoje (como é notório) fez-se matéria obrigatória a constante atualização, a busca de novos cursos, especializações diferentes, etc. Logo, deve-se buscar prazer no dever, para que o dever, na condição de prazer, seja não só cumprido em mais larga medida, mas também com maior qualidade.

(BTA) – Isso me faz lembrar o brilhante sociólogo do trabalho italiano Domenico De Masi e sua teoria do “Ócio Criativo”.

(EA) – Compreendo, Benjamin. Mas ele alude a situações em que se está trabalhando, estudando e se divertindo ao mesmo tempo, não é isso? Eu gostaria de realçar aqui o elemento que menos se costuma destacar como fonte de alegria d’alma – o que eu considero um completo desatino, se me permite ser enfática. Se não se consegue auferir prazer, isoladamente, do estudo, não se pode depois pensar em síntese para uma trinca de funções prazerosa. Há um prazer intrínseco em estudar, que independe de se estar associando o estudo a atividades de trabalho ou de lazer… Isso é muito importante, no meu ponto de vista, pela carência de assertivas nesse sentido!…

(BTA) – Sem espaço a dúvidas! Obrigado, Andréa. Você está prenhe de razão: sua argumentação é tão brilhante quanto didática. Daria uma ótima professora!

(EA) – “Obrigada” digo eu (risos): aqui o sou (risos). Mas gostaria de, pelo tempo escasso que terei a me comunicar com você e os leitores do Instituto, já trazer à baila outra questão muito discutida na temática, e utilizada inconscientemente como fuga ao que se pode e se deve fazer para compensar-se pelo problema. Refiro-me aos sistemas de ensino. É mais do que sabido que são falhos e problemáticos, no domínio físico de vida, a ponto de condicionarem as pessoas, subliminarmente (nem sei se tão sutilmente assim), a não gostarem de estudar e até a desamarem o conhecimento (que horror!). Mas a crítica aos métodos de ensino é feita quase sempre de modo intelectual e distante, como se não dissesse respeito aos analistas cheios de acusações agudas. Vou aplicar ao tema outro princípio amiúde reforçado por esta Escola: o da função da adultidade em gerenciar a própria existência. Ficamos adultos para nos reeducar, para administrar nossa própria educação, para conduzir nosso processo de evolução. Não faz sentido sentir-se vítima de pais ou educadores do passado, nem considerar tarde para recomeçar ou começar o que não tem hora para iniciar, porque nunca terá fim!…

Portanto, que cada um(a) crie seu próprio método, que não aceite fórmulas prontas, que seja criativo(a), mas que ponha mãos à obra, agora, sem desculpismos tolos… que são autodestrutivos, e, nesse âmbito, terrivelmente autossabotadores: não temos como dimensionar o quanto um indivíduo pode perder pela deficiência que preserve em seus hábitos de estudo.

E, afinal de contas, o que custa ler-se um semanário, assistir a algumas vídeo-aulas pela internet, participar de palestras gratuitas ou começar a leitura de um livro novo, na área do próprio interesse? No entanto, pouca gente adulta no corpo se sistematiza no estudar, embora, quando na condição de pais ou professores, essas mesmas pessoas relaxadas consigo mesmas, neste campo essencial do ser, saibam cobrar de seus filhos e alunos o seguimento rigoroso de cartilhas estudantis determinadas por elas próprias ou por regras externas de estabelecimentos de ensino. É uma lamentável incoerência, com prejuízos gravíssimos para o(a) próprio(a) incoerente.

Resumindo tudo, para ficar redondinho (risos): que se comece com pouco; que se persista neste pouco; que se façam experimentações de aumento desta medida de estudo, como na variedade de assuntos e meios de aprendizado; mas que se comece para ontem o que é para a eternidade!…

(Texto recebido em 13 de março de 2012.)

(*1) Ela me apareceu sorridente e leve, como lhe era habitual na infância e adolescência. Com jovialidade e voz ligeiramente trêmula em alguns momentos – o que lhe conferia um encanto todo especial –, a doce e deslumbrantemente linda Andréa (cujos nomes de família da última encarnação evito aqui dizer), parecendo fixar uma idade de 25 anos aproximados fora do casulo orgânico (ela desencarnou mais nova que isso), conversou brevemente comigo, demonstrando a sapiência da alma velha que era como ainda é, não obstante camuflada de menina-moça. Houve, como de habitual, supervisão da Mestra Espiritual Eugênia, na construção dos conceitos que foram expendidos à publicação.

(*2) Andréa, Ser de Luz provisoriamente asilado na superfície do globo, foi brutalmente assassinada por um infeliz ex-namorado que não admitia o término do relacionamento afetivo com ela. Passou pela Terra e voltou celeremente para sua Pátria de Origem, as Faixas mais Altas de Consciência (ela diz que discorda de mim – risos) que circundam o planeta. Não é um anjo propriamente (para que ela não se aborreça comigo), mas está no caminho da santificação, sem dúvida alguma – problema dela, se discordar (risos), porque conheço almas santas e a vibração e emanações psíquicas das que, ao menos, avançam no sentido da santidade.

(Notas do Médium)


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