(Sobre a mente humana)

Benjamin Teixeira
pelo espírito
Demétrius.

Quer entender parcialmente a mente humana?
Vou apresentar uma analogia bem rudimentar:

Imagine um mecanismo complexo (de um grande e avançado computador, por exemplo), em que cada peça fosse viva, em processo de mutação, degradação, auto-reparação e complexificação (tudo simultânea e continuamente), cuja totalidade-engrenagem esteja sujeita às oscilações do centro de consciência (ou espírito) que a preside, e ainda submetida às influências do meio, com que interage ininterruptamente.

Com este modelo grosseiro do que é muito mais intrincado, fica um tanto mais fácil compreender que caos, imprevisibilidade, ambigüidade são notas dominantes de qualquer psiquismo, num nível consciente ou inconsciente – normalmente nos dois planos. Eis, outrossim, por que é tão difícil ter-se um entendimento preciso sobre o assunto, por que existem tantas escolas divergentes de psicologia e por que é tão comum os indivíduos se decepcionarem consigo mesmos, com os outros, com o mundo e com Deus. Isso não é de estranhar: é o inexoravelmente esperável.

Todavia, através das crises de ruptura com antigos paradigmas de avaliação e relação com o universo – que se sucedem, em períodos cíclicos, de extensão variada, ano sobre ano, século sobre século –, patamares mais altos de lucidez e criatividade, sentimento e valoração são galgados, e o espírito, em processo perpétuo de evolução, faz-se mais sábio, sereno e, por conseguinte, feliz.

(Texto recebido em 2 de julho de 2007. Revisão de Delano Mothé.)