Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Invejam-no. Cercam-lhe os passos, quais abutres traiçoeiros, farejando a vítima, aguardando ensejo favorável para o bote, um vacilo, um momento de fraqueza, qualquer coisa.

Você poderia se afastar, de imediato, providenciando defesa justa. Todavia, compromissos sérios atam-no a tais pessoas, inviabilizando a solução mais simples.

Diante de semelhante conjuntura, prezado amigo, considere que a inveja, assim como todas as demais torpezas da alma, não passam disso mesmo: doenças a serem curadas, e a lhe sugerirem cuidados especiais com as personalidades que as portam. Não veja a criatura detentora dessa patologia do espírito como alguém irremediavelmente perdido. Não seja simplista na análise que faz. O ser humano é complexo, ambíguo. Por detrás das mais obscuras falhas, existem sempre aspectos positivos a serem desdobrados. Não se fixe no lado mau do indivíduo; foque-lhe a face boa, a fim de que possa ser esta potencializada.

Cuidado para não viver assustado, na fantasia de que a inveja do outro pode conturbá-lo substancialmente. Fosse o “olho grosso” tão influente, como se imagina popularmente, nenhuma celebridade de TV poderia sequer surgir no vídeo, pois seria fulminada instantaneamente, pelas energias deletérias de milhões, concomitantemente emitidas, em sua direção.

O invejoso é alguém com uma disfunção emocional grave, incapaz de usufruir a própria alegria, obcecado pela ventura alheia, que julga ser a ideal para si, mas que, em verdade, poder-lhe-ia constituir verdadeiro pandemônio. Para o invejoso, o que pertence ao outro sempre se afigura melhor; alguma coisa só parece ter valor, em outrem. Entretanto, o que é do outro e/ou está no outro faz-se adequado às necessidades daquela pessoa, e não às de quem a inveja. Mesmo quando o ínvido consegue atingir seu desiderato: o de possuir o que julga pertencer a outrem, acaba retornando a seus ciclos infernais de sofrimento e insatisfação, porque o que é relacionado a certo alguém nunca poderá realmente passar para o domínio de outra personalidade, já que a felicidade é uma questão de alinhamento com o próprio centro e não com a periferia – o que se pode perceber – dos outros. Merece-nos, portanto, o invejoso, piedade e um empenho por educá-lo a ser feliz, a se amar, a cuidar de seus próprios destino e plena realização pessoal.

Ver exageradamente inveja nos outros, por outro lado, pode ter outras razões mais complicadas. Uma delas é a própria tendência à inveja projetada em outras criaturas. Tudo que se capta do mundo externo é filtrado pelas lentes mentais de quem vê. Outrossim, o ataque da inveja alheia pode ser a justificativa esfarrapada para a incompetência, a preguiça ou a fuga a compromissos, por meio de que o indivíduo transfere sua culpa a terceiros ou a eventos impessoais, a fim de não arcar com o dever de dirigir a própria vida e assumir a responsabilidade pelos rumos que toma. A ignorância presunçosa e a estupidez arrogante não suportam defrontar os próprios limites. Mais fácil, portanto, impingir culpa a pseudocausas exteriores, que assim os isentam de se perceberem medíocres e mesquinhos, como realmente são.

Claro que haverá situações em que o convívio com quem seja escravo da inveja far-se-á inexeqüível. Se isso efetivamente acontecer, você deverá encarar a situação de forma diversa. Mas, no que tange a repelir alguém do seu convívio – direito esse que sempre tem a seu alcance –, medite incansavelmente antes de mobilizá-lo, para que não aja precipitadamente. Precisa concluir se, de fato, o lado mau da pessoa em foco se faz claramente superior ao seus ângulos bons, a ponto de se tornar insustentável a coexistência com o tal indivíduo. Se sua paz, seu equilíbrio, a produtividade de seu trabalho, na busca de realizar seu ideal, forem verdadeiramente comprometidos, então, cabe apelar para o expediente extremo de desligar-se radicalmente da intimidade com quem o perturba. No entanto, até lá, seja político, psicológico, diplomático. Há sempre uma saída para todos os problemas, inclusive os relacionais.

Não se violente jamais, não tolere abusos; aprenda a negociar, a administrar crises, a suportar frustrações e reeducar impulsos infantis e egóicos de sua mente. Não é por outra razão que almas defeituosas vêm a seu encontro: para que você veja refletidos, nelas, seus próprios limites e distorções do espírito. Lembre-se de que é inevitável conviver com a dor e doença dos outros. Somente uma psique demasiado infantil poderia se confiar à utopia de almejar uma vida social sem os percalços das problemáticas psicológicas alheias. Pelo exercício da serenidade, diante de tal fatalidade, pode-se extrair o melhor da circunstância. Aproveitar, portanto, em medida máxima, essa fantástica oportunidade de crescimento pessoal deve ser a palavra de ordem, ainda que, em última instância, aqui ou ali, tenha-se que se promover a ruptura definitiva com o espelho partido, que nos serviu para o auto-estudo.

Desenvolva sua maturidade psicológica, amplie sua capacidade de tolerância emocional à divergência, à incompatibilidade e mesmo à adversidade: trata-se de habilidades essenciais à felicidade e ao sucesso em todos os âmbitos da existência. Sem extremos, mas fazendo um esforço continuado e prudente de contínuo progresso espiritual. Para tanto, use o bom senso, siga sua intuição, ouça a voz de sua consciência. Auscultando, criteriosamente, o termômetro da paz, saberá, exatamente, onde se encontram o erro e o acerto mais importantes a serem detectados, na atual quadra de sua existência física.

(Texto recebido em 31 de julho de 2000. Revisão de Delano Mothé.)

Convite:

O PROBLEMA E A SOLUÇÃO.

Sedução, poder, paranormalidade e fé – para realizar o aparentemente impossível: tema da palestra de Benjamin Teixeira, no próximo domingo, 24 de agosto. Trechos empolgantes de filmes e o vanguardismo do conferencista, que só os jovens e muito atualizados acompanham (enquanto os demais se chocam – risos –, como o Cristo quer: escandalizando os “certinhos” hipócritas). Como sempre, está prometida, para o fim da reunião pública, a orientação dos sábios desencarnados. Às 19h30, no “Mega Espaço”, Rua Nossa Senhora das Dores, 588. Passes começam a ser ministrados às 18h50, ótimos para se assistir à preleção mais relaxado e leve, sem os “carregos” da semana (risos). Evento beneficente, levantando fundos para o programa Salto Quântico, que transmite, gratuitamente, para o Brasil inteiro, em rede nacional de TV (CNT, 15h30 de sábados), a salvadora mensagem da imortalidade da alma e da assistência dos Bons Espíritos. Informações: 3041-4405.

Equipe Salto Quântico.