Maria da Penha Oliveira,
em diálogo
com o
Espírito Eugênia
(Médium: Benjamin de Aguiar)

(Maria da Penha Oliveira) – (…) Estou enternecida com o ocorrido ontem na palestra (*1). Achava até que não tinha chances de ser ouvida, face à insignificância do conteúdo de minha pergunta. Mas, depois, algumas pessoas me cumprimentaram e falaram de como foi bom ter ouvido também a mensagem-resposta da Mestra Espiritual Eugênia. Muito obrigada! (…) Tenho, porém, ainda tantas questões que me inquietam!… Por favor, perdoe-me se estiver ultrapassando o limite.

(MPO) – Sou médium? De que tipo? Sempre achei que fosse intuitiva. (*2)

(Espírito Eugênia) – Sim, é médium. Seu “tipo”, como você mesma nominou: “intuitivo”, aquele que sente o fluxo do pensamento de outras inteligências, desencarnadas, sem chegar a vê-las ou ouvi-las, propriamente. O estudo de “O Livro dos Médiuns” far-lhe-á bem. Na compulsão desta peça clássica da metodologia mediúnica, notará que uma das categorias de mediunidade é exatamente a intuitiva, além de encontrar toda uma principiologia lapidar de critérios de segurança, gerência e melhoria da ferramenta mediúnica e seus processos de sintonia.

(MPO) – Se ainda estou de luto, como devo proceder para curar esta situação? Esforçava-me para aceitar o desencarne de meu esposo Júlio, como um processo normal. Não sabia que estava tão ligada a ele.

(EE) – Seu caso é mais complexo, como lhe dissemos ontem, em processo de incorporação pública. O luto não se encerrou, propriamente, apesar dos cinco anos passados do desencarne de seu esposo, porque seu marido não partiu: permanece convivendo com vocês (você e suas filhas). A presença da energia dele (sem a completa aceitação, da sua parte, de que essa presença era efetiva) gerava uma espécie de prolongamento do processo do luto, que se poderia já haver convertido em estado de graça, pela continuidade dos laços afetivos, além-túmulo, pois que a morte não encerra o amor verdadeiro, lastreado nos vínculos genuínos do Espírito. Seu marido (e não ex-marido) está, de certa maneira sui generis, ou, digamos d’outra forma, numa condição híbrida de orientador e orientado, aprendendo, em conjunto, com a parentela biológica da última encarnação. Não se trata de um parasita psíquico ou de um obsessor apegado ao lar, embora existam casos assim. Júlio obteve permissão para permanecer no seio da família, colaborando, ao seu modo, na educação e condução das filhas, bem como da companheira que remanesceu na carne (*3).

(MPO) – Estou atrapalhando a vida espiritual daquele que foi o meu cônjuge? Que tipo de relação nos une-uniu?

(EE) – Não. Apenas precisa aceitar os diálogos íntimos como naturais. A mediunidade inspirativa é um processo muito comum; e, por isso mesmo, deve ser considerado natural. A inspiração – para lhe facilitar o entendimento do que pretendemos dizer – é algo mais suave ainda que a intuição, de que você se diz portadora. Na inspiração, aquele que se faz canal de um ente comunicante nem sequer chega a perceber que há uma origem externa de pensamentos, mas se sente “estranhamente” empolgado por ideias e sentimentos como que previamente concatenados, como se o raciocínio fluísse mais fácil, em certa direção.

Sem dúvida, é necessária uma quebra de paradigmas: aceitar, em profundidade, a imortalidade da alma e a possibilidade de comunicação entre os que passaram pelo decesso carnal e aqueles que ficaram jungidos à matéria mais densa dos corpos físicos. Mas isso também foi previsto, tanto na Codificação Espírita, quanto no Antigo Testamento: que chegaria uma era em que todos seriam médiuns inspirados. “Haverá dia em que derramarei Meu Espírito por toda carne, e vossos filhos e anciães profetizarão…” – teria dito, em palavras aproximadas, Iavé, o Guia Espiritual do Povo de Israel, o “Pai” citado por Jesus, através do profeta Joel, mencionado também pela psicografia do Autor dos Atos dos Apóstolos, provavelmente o Evangelista Lucas, conforme exarado no texto bíblico (*4).

Claro que é possível haver confusão com os processos internos, do próprio inconsciente, mas isso acontece, igualmente, com os médiuns mais ostensivos e experimentados. Quando o indivíduo se conhece bem (inclusive seu conteúdo inconsciente), pode detectar a aproximação de outro padrão mental, que, embora em ressonância com seu psiquismo, ecoando em sua mente qual se fora uma voz mental de si mesmo, provém, sim, de fonte externa – aqui tratamos do que acontece com os médiuns não ostensivos.

Todos os cuidados, como a oração, o Culto do Evangelho DIÁRIO (*5) e a frequência a uma reunião mediúnica em Templo Espiritual sério, como também a vigilância em relação aos próprios sentimentos e pensamentos, quanto com os que são insuflados pela personalidade comunicante (e principalmente com o que é aplicado do que se sugere, pela via paranormal), devem ser tomados. No entanto, nesse processo tão complexo, em que se parece conversar apenas consigo mesmo, se a pessoa o fizer com a seriedade e reverência que o assunto merece, a Voz da Consciência (ou do Self, Atman ou Centelha Divina – como se queira denominar: a Partícula de Anjo, como Semente Divina, em cada um de nós) será ativada e representará o Continuum Sagrado, como um plugue de conexão com a Rede de Interinfluenciação Universal, através da Qual a criatura pode, ao próprio modo, com os recursos evolutivos que haja alcançado, ouvir, parcialmente, a Voz de Deus para si e para seus entes queridos, assim como para os que puderem desfrutar de seu raio direto ou indireto de influência pessoal.

Guias e Orientadores Espirituais, encarnados ou desencarnados, nada mais são do que parte desta Rede Mística, e devem ser escutados com os filtros internos desta Voz da Supraconsciência (dos próprios princípios morais e valores mais caros e elevados), a fim de que se possa colher o melhor do caos do universo mental interno e externo, a pedra preciosa do meio da canga bruta, na mineração psíquica. Jesus, porém, legou-nos uma fórmula magnífica para aplicarmos nessas circunstâncias moral e psicologicamente intrincadas, simplificando-as ao infinito, didaticamente: “Conhecereis as árvores pelos frutos.”

(MPO) – Devo permitir que ele (o esposo desencarnado) se manifeste?

(EE) – Proceda da forma que lhe for mais emocional e moralmente confortável, inclusive optando pela não manifestação, se assim julgar melhor – por exemplo: restringir o contato ao mero colóquio íntimo, parcialmente traduzido em comunicação externa com suas filhas. O tempo, o exercício e a experiência lhe dirão o modo mais adequado de desdobrar seus recursos mediúnicos, que podem, inclusive, tomar outra rota de expressão. Por ora, invoque a proteção de seu “Anjo de Guarda” ou “Guia Espiritual” (ou de Maria Santíssima ou de Jesus – como se sinta melhor e mais segura, de acordo com sua fé e formação cultural), tão frequentemente quanto puder, para que seja conduzida à maneira mais apropriada de desenvolvimento de suas faculdades medianímicas.

(MPO) – Por favor, preciso muito de orientação. Estou muito feliz, mas, creia-me, em choque.

(EE) – Naturalmente! Toda nova informação de envergadura e profundidade costuma provocar estranheza, de início – sobremaneira as que causam ruptura de ideias preconcebidas (preconceitos), como este tema que lhe trouxemos, a envolver o quesito identidade e a forma de leitura da própria vida íntima, psicológica, o sentir-se e ver-se como médium, quando não havia essa opinião sobre si, até então. Esperável que tais revelações gerem impacto na criatura, ainda mais nessas contingências especiais (de interação com um cônjuge desencarnado), impacto esse que se exprimirá de maneira variada, conforme o modo de ser do indivíduo. A personalidade de cada qual, com seu perfil autobiográfico (dessa e d’outras existências) e caráter único, definirá a natureza das reações.

(MPO) – O engraçado é que eu andava muito ansiosa, preocupada, porque, logo depois do Culto do Evangelho (que pratico às 6h da manhã), já me sentia muito, muito triste. Achava então que não estava orando a contento ou corretamente. E o tormento crescia, por eu não falar com ninguém – diante das circunstâncias, preferi calar-me.

(EE) – A mediunidade é concedida como uma bênção transformadora, que leva a pessoa a enxergar os problemas de uma perspectiva mais alta; ou, noutra analogia, como uma enxertia celeste de conceitos novos, se não tão só como um meio de conforto e esclarecimento do que esteja acontecendo, para que novos caminhos de solução sejam encontrados, através do diálogo, do respeito recíproco e da disposição em servir e ser útil, em qualquer circunstância, a começar do seio do lar. A imagem da mediunidade com fim exclusivo de contato com personalidades sofredoras ou perturbadas da dimensão extrafísica de existência é um engano largamente disseminado por gênios pseudossábios voltados para o mal, que pretendem afastar o ser humano dessa graça ímpar, essa dádiva incomparável da Divina Providência. Médiuns se sentem, atualmente, de um modo geral, castigados com sua supersensibilidade psíquica, em vez de honrados com um dom, uma dádiva da Espiritualidade Sublime, como o fazem aquelas personalidades dotadas de boa memória ou bom potencial de inteligência. Óbvio que se “pagam” débitos de outras encarnações, por intermédio da mediunidade, tanto quanto acontece com outras bênçãos e talentos que se portem, inclusive os que não são vistos como carmas, amiúde: a fortuna, a posição de destaque sociopolítico, a cultura ou o gênio.

(MPO) – Obrigada pelo Salto Quântico, por você (Benjamin) nos trazer a Mestra Eugênia, por nos ensinar a amar a Maria Santíssima, nossa Mãe Maior, e a Nosso Senhor Jesus…

(EE) – Todo louvor e agradecimento sejam transferidos a Maria Santíssima, ao Cristo Jesus, Verbo da Verdade para a Terra, e a todos os Grandes Budas que representam a Divindade para nosso Globo.

Mãe e professora limitada, Eugênia.


(Notas do Revisor:)

(*1) – A provocadora deste diálogo teve a graça de se dirigir pessoalmente ao sábio e santo Espírito Eugênia, formulando-lhe uma pergunta ao vivo, em público, na palestra pública do domingo passado, dia 06 de março de 2011. Assista ao vídeo deste momento ímpar de Espiritualidade, clicando aqui.

(*2) – As perguntas foram originalmente encaminhadas, em conjunto, via e-mail, a Benjamin de Aguiar. De regra, esses questionamentos são respondidos pela Equipe de Atendimento Fraterno, nem mesmo alcançando Benjamin; todavia, nosso Professor e Canal da Espiritualidade Amiga não só teve acesso a esse feixe de questões, como cedeu lugar à Mestra Espiritual Eugênia, por Lhe captar a intenção de dirimir, pessoalmente, as dúvidas da prezada companheira salto-quantista, em relação a tema tão delicado e inquietante.

(Notas do Médium:)

(*3) No capítulo 34 de “Os Mensageiros”, Francisco Cândido Xavier (o “Chico Xavier”), interpretando o Espírito André Luiz, descreve uma magnífica “Oficina de Nosso Lar”, em plena crosta terrestre – um lar edificado heroicamente, por missionários reencarnados da Cidade Astral dos Domínios mais Altos, para servir de Posto Avançado dos Servidores da Luz. Neste capítulo, sobremaneira nos últimos parágrafos, faz-se explícita referência à manutenção dos laços maritais e paternais do chefe de família desencarnado (um desses missionários), em relação a esposa e filhos, respectivamente, continuando ativo, no ambiente doméstico do plano material de existência, como se não houvesse se ausentado da carne, cooperando efetivamente na coordenação, com segurança maior que a companheira (que permanecia encarnada), das atividades de educação e conforto de entidades sofredoras da Outra Dimensão de Existência, que ali tinham oportunidade de acontecer.

(*4) Quem quiser o texto mais literal, que o Espírito Eugênia resumiu, pode compulsar o Antigo Testamento (da Bíblia): Joel, 3:1-5, como também o Novo Testamento: Atos dos Apóstolos, 2:17-21.

(*5) Leia-se, em complemento, o capítulo 35 da obra acima citada, sobre a prática DIÁRIA do Culto do Evangelho no Lar, com várias Presenças da Espiritualidade Amiga, incluindo o esposo desencarnado da matriarca médium do seio doméstico abençoado pela Luz do Plano Sublime de Consciência.

Observação e crédito justos:
Delano ajudou-me na pesquisa, apontando um dos dois capítulos acima assinalados, bem como a Obra de André Luiz que ele, por força da Sincronicidade, relia, por esses dias.


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Se você está fora de Sergipe, pode assistir à palestra de Benjamin de Aguiar, ao vivo, aqui mesmo, pelo nosso site, mediante uma colaboração simbólica, destinada à manutenção dos equipamentos utilizados na transmissão via internet. Para acessar-nos, basta que venha até cá, às 18h de domingos, horário de Aracaju (atualmente alinhado com o de Brasília), e siga as instruções aqui dispostas, em postagem específica. (Lembramos que a entrada para a aula presencial é gratuita.)