Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Estugue o passo ao trabalho, quando sentir os tentáculos sinistros do desânimo envolverem-lhe a alma. A erva daninha, ao tomar espaço, na gleba da consciência, fica mais difícil de ser erradicada. Não permita que as árvores mortíferas do tédio, do pessimismo, do julgamento, da tristeza finquem-se fundo no solo de sua alma. Reaja, com energia, e passe, imediatamente, a uma atividade produtiva, a um serviço útil a alguém, quem quer que seja, o que quer que seja.

Importante que reflita sobre as causas profundas do mal, a fim de debelá-lo com eficácia, mas que esses momentos de meditação aconteçam nos intervalos entre ocupações dignas, para que os tóxicos do mal (na forma de preguiça e falta de motivação) que o querem inerme, porque mais indefeso, não se alojem em sua psique, coagulando processos mentais e enovelando a alma em sugestões medonhas de desistência de ideais, fuga a sérios compromissos morais assumidos e, portanto, de falência moral do ser.

Não acredite nas sugestões capciosas de que não terá condições de agir de modo realmente efetivo no trabalho, por não estar bem. Se não está em seu nível de excelência, produza mesmo assim, e o labor lubrificará as engrenagens de sua mente, bem como aquecerá a caldeira de seu coração. Não dê espaço às induções hipnóticas que o prendem ao desgosto e ao desânimo profundos. Se permite a inoculação destes venenos sutis em seu psiquismo, será progressivamente mais difícil reagir.

Não adie mais o soerguimento moral de que carece, dramaticamente. Agora é o momento. Esta é a circunstância ideal, porque, amanhã, só Deus sabe que contingência difícil estará amargando.

(Texto recebido em 12 de setembro de 2004.)