Benjamin Teixeira pelo espírito Eugênia

Não menospreze a chance de ser feliz, agora. Amanhã, a situação poderá estar piorada ou mesmo nem subsista. Há quem protele para a velhice o que poderia fazer na juventude, bloqueando o processo de crescimento que alteraria desejos, objetivos e sonhos, só então para perceber que o que esperava fazer era tolice, perdeu a graça ou mesmo não se tem mais saúde para fazer. Não espere a aposentadoria, que talvez nunca chegue (talvez você não chegue lá), para fazer e ser o que sempre quis.

Por outro lado, não deixe para o período de férias o que pode fazer, ainda que em medida menor, hoje. Aprenda a relaxar inclusive e principalmente em fases de muita atividade e extensos compromissos, até para que o rendimento dos momentos de trabalho seja maior. Reserve uma hora de seu dia, ao menos, para o seu lazer. Não espere pelo mês mítico, em que mergulhará no paraíso. Histórias de passeios malfadados ao exterior bem caracterizam o ridículo de se esperar o impossível para um período curto demais de tempo: renovar uma alma e um corpo cansados por um ano de estresse. No final das contas, férias assim acabam se tornando mais desgastantes que o próprio período de trabalho.

Comece, nesse instante, a fazer suas orações, ainda que apenas por dez ou quinze minutos. Por que esperar a conversão ao Budismo e um retiro ao Tibet, num futuro hipotético, que nunca terá condições de acontecer, se não começa com pouco?

Faça hoje ainda uma caminhada de vinte a trinta minutos, em velocidade razoavelmente acelerada – o que a Medicina recomenda para se manter a saúde e o bem estar físico. Fará sentido largar-se sedentário e doente por não poder dar início a uma utópica jornada de duas horas diárias em academias de ginástica?

Felicidade não se adia: é um dever tão natural quanto a respiração. Inicie seu projeto de caridade, sua disciplina de leituras, seu novo curso superior, ou qualquer outra iniciativa capital a seu bem estar, com o pouco que pode ser feito de imediato, mas faça-o sempre. Com isso, em pouco tempo, sua vida ter-se-á transformado para melhor, em níveis de bem estar e paz que nem de longe hoje pode conceber.

(Texto recebido em 16 de janeiro de 2001.)