Benjamin Teixeira
pelo espírito Eustáquio.


Esposa teu ideal de fé, e lembra-te daqueles que te antecederam na jornada bendita de renovação. És, mais do que imaginas, adventício na expressão do espírito. Não te compares com aqueles que te seguem da retaguarda evolutiva, exatamente por isto: eles podem ter muito menos condições que ti de compreender o que apreendes com facilidade, espíritos muito mais jovens e menos experientes que tu próprio. Se te comparares com eles, facilmente, deste cotejo, deduzir-te-ás muito à frente, talvez relaxando em teus esforços de ascese, quando deverias fazer o confronto entre tua situação e a daqueles que já te acompanham das vanguardas da Luz, por terem melhor aproveitado oportunidades de que tu mesmo também usufruíste, bem como que desprezaste em pretéritas existências.

Há desdenhosos, escarnecedores, cínicos, gozadores irresponsáveis ou inteligências perversas perto e em torno de ti, encarnados ou desencarnados, enquanto te pões em serviço de amor, devotamento e espiritualidade genuínos? Tudo bem: esperável. A Luz é seguida pela treva, a fim de que seja esbatida e banida da Terra. O professor demanda o aluno que lhe aproveite as lições. De nada valeira teu esforço se já estivesses cercado de seres angélicos que dispensassem qualquer espírito de doação e serviço de tua parte, para seguirem rumo à Divindade. Assim, o de que mais te lamentas pode, muito bem, ser a tua maior e melhor oportunidade de crescimento, realização, e, por conseqüência, de felicidade – aquela que é inalienável, aquela que começa nesta existência e se estende além túmulo e para outras vidas, duradoura, eterna: as conquistas do espírito…

Regozija-te, assim, ante o ensejo de testemunhar paciência, perdão, amor, humildade, perseverança em teus propósitos luminíferos no campo do bem; e, com isto, palmilha, passo a passo, a tua trajetória rumo a Deus, porque somente com dificuldades desenvolvem-se novas capacidades, e somente com o desdobrar das potências do espírito é possível o mergulho espetacular no Intemporal, no Absoluto, na Ventura Perfeita.

(Texto recebido em 21 de agosto de 2005.)