Benjamin Teixeira
pelo espírito Eugênia.

Natasha Bersmertnova, protagonizando, com brilhantismo, clássicos de reportório, no famigeradíssimo russo Ballet Bolshoi, muito além dos 40 anos de idade (*1).

Sarah Marriot, nonagenária, publicando livros, em pátria estrangeira, com idioma diferente do seu (Brasil e Português, respectivamente), entre desconhecidos e gente que não entendia o que falava no vernáculo local.

Carl Gustav Jung, aos 77 anos, trazendo a lume uma das obras basilares de sua grande lavra inspirativa-psicográfica (*2), o “Sincronicidade” (1952), até hoje considerado uma “pedra fundamental” de tema altamente complexo e muito pouco ventilado pela cultura humana atual.

Sigmund Freud, com mais de 80 anos, vitimado de câncer na garganta, atendendo, instruindo e conduzindo o poderoso movimento de revisão conceitual humana: a psicanálise, a despeito da enorme polêmica em torno de algumas de suas idéias.

Chico Xavier, esgotado por uma longa existência física de trabalhos extenuantes e quase nenhum repouso, psicografando até dias antes de desencarnar, quase sem condições de empunhar a caneta para o trabalho.

Winston Churchill, quase septuagenário, deitado num catre de dor, e mesmo assim, vestido em pijamas, em decúbito dorsal, deliberando questões de Estado e, nos dizeres de vários autores do plano físico, com que concordamos, salvando o mundo da tirania do nazi-fascismo.

Observemos os exemplos dos expoentes diversos do gênio e do caráter humanos. Sempre é tempo de recomeçar ou de, tão-somente, continuar. Não nos deixemos fascinar pelas idéias de que, por termos ultrapassado certos patamares etários, estejamos inaptos para desempenhar certas funções. Podemos e até devemos sofrer adaptações com o tempo, tanto quanto o trabalho merece modificações essenciais à sua continuidade. Sempre é dia de iniciar um novo ciclo existencial; uma nova carreira, um novo relacionamento, um novo padrão de comportamento. Os gênios, os grandes revolucionários, os vanguardistas, aqueles que agem na linha de ponta do progresso são representações vivas do que, em medidas menores, indivíduos de porte evolutivo médio podem fazer. Por outro lado, nos dias que correm, não se podem mais justificar – por conta da celeridade das trocas e geração de informações, da abertura a idéias que rompem paradigmas antigos – quaisquer posicionamentos retrógrados, reacionários, paralisantes no que diz respeito a iniciativas de fazer, de sentir, de ser, de se transformar e de prestar serviço à coletividade.

Interessante notar, por outro lado, como os índices de morte são altíssimos nos dois primeiros anos após a aquisição da aposentadoria; e de como internados em presídios ou manicômios têm substanciais ganhos em seu perfil moral e mental, respectivamente, quando induzidos a se dedicarem a atividades construtivas e úteis ao bem do próximo, como fazer brinquedos para crianças carentes.

Que cada um se compenetre desta sua responsabilidade: a de ser ativo até o fim, ou, se não, talvez, como indicam as estatísticas, consigamos tão-somente abreviar o nosso fim para o atual ciclo de vida, dentro ou fora do plano físico de existência. Que olvidemos, de uma vez por todas, que tiremos de utilização expressões corriqueiras, não só no Português, mas em diversos idiomas neo-latinos, equivalentes a: “Não é mais o meu tempo…” ou “Se pudesse voltar ao meu tempo…” Esqueçamos tais declarações auto-limitantes; e não só não vivamos os princípios de auto-castração implicados nestas assertivas, como lembremo-nos de que o nosso tempo é o dia de hoje, porque se não estivéssemos no nosso tempo, não estaríamos usufruindo o período existencial que desfrutamos, seja no plano físico, seja no intermissivo, na dimensão extra-física de existência. Tenha alguém 70 anos, 80, 20, ou 50 anos… está viva na matéria ou no período inter-existencial-astral; significa que está onde está para executar determinadas tarefas, para se desincumbir de certos compromissos: há atividades profissionais inacabadas; há realizações sociais por levar a cabo; há relacionamentos a tecer; há pendências morais a levar a termo; há lições a aprender; tanto quanto, há talentos a serem descobertos, habilidades a serem desenvolvidos.

Precatemo-nos dos vícios estagnantes, incluindo os emocionais-morais, como: o tédio, o medo, a dúvida, induzidos por entidades perturbadoras, que pugnam por frear os impulsos de crescimento e de cooperação dos trabalhadores de boa-vontade.

Ação no bem não é algo especialmente digno – é obrigação de toda criatura senciente. Façamos o nosso melhor hoje. Se alguma idéia nova nos chega é para que no mínimo seja avaliada como possível germe de concretização em nossos atos, senão para pronta realização.

Cuidemos de não confundirmos pessimismo com prudência; baixa auto-estima com humildade, para que maximizemos o aproveitamento de nossas reencarnações ou dos períodos intermediários entre elas. (*3)


(Mensagem psicofônica recebida em reunião mediúnica fechada de 11 de outubro de 2005.)

(*1) Marcia Haydie, brasileira, dirigente do ballet Sttutgart da Alemanha, continua ativa, atualmente dançando aos mais de 70 anos de idade. Mais impressionante ainda, neste campo da ação humana, foi o caso de Marta Graham, que ministrou aulas de ballet, numa cadeira de rodas, até os 95 anos de idade.

(*2) Interessante esta revelação de que a obra de Jung tenha sofrido forte influência de inteligências da outra dimensão de vida. Isto era suspeitado, mas até hoje não havia sido confirmado pelo Plano Superior.

(*3) Na semana ante-passada, pedi autorização dos espíritos para tornar ao ritmo de publicação diária de mensagens mediúnicas neste nosso site, supondo que, por estes dias, fosse possível manter este sistema – e assim melhor servir o prezado internauta com artigos espirituais todos os dias – e eles autorizaram-no, mais uma vez; mas me demostraram, no transcurso desta última semana, como preciso comprometer o tempo dedicado a outras tarefas mediúnicas, igualmente necessárias, para que isto se efetive. Assim, voltamos ao padrão de publicação de textos mediúnicos apenas nos dias úteis da semana. A iniciativa de intensificação na freqüência de lançamento de mensagens neste site foi minha. A suspensão dela foi dos sábios orientadores desencarnados, de que mais uma vez temos que reconhecer o acerto das sugestões e propostas, ainda que sutis – pois nos permitem ver por conta própria, amiúde (e com isto nos propiciar adquirir experiência), o inoportuno ou inadequado de nossas idéias, em vez de, prontamente, bloqueá-las com um comando direto.

(Notas do Médium)