Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Relaxa, amigo, e confia em Deus. A retração de forças e inspiração, que te parece prenúncio de morte e desgraça, pode ser, tão-só, o processo angustiante do enclausuramento na crisálida, em que a lagarta, sofrendo o parto doloroso e lento da metamorfose, prepara o despertar glorioso de si mesma, na transcendência da borboleta.

Imerso em situações difíceis, vendo-te na iminência de desesperar, recorda do Cristo e ora, em paz, nos recessos do teu ser. A Divina Providência nunca abandona Suas criaturas. A prece te conferirá refrigério à alma dorida e ainda te fará ver, por ótica diversa, o que te soava de todo perdido, estimulando-te vislumbrar alternativas diferentes de solução, onde só encontravas, pouco antes, desolação e miséria.

Revê, prezado companheiro, teus pontos de vista, voltados ao barro sujo e à lama escorregadia, e considera a possibilidade de fazeres, da poça pútrida que salpica imundície na barra de tuas calças, material fértil para a produção de magníficas obras de estatuária, na escultura magistral do espírito, que transforma podridões ocultas ou ostensivas em combustível à modificação íntima, à criação do impensável e à realização do que, até pouco, supunhas impossível.

Destarte, sorri, quando tudo se te afigura convidar-te à angústia e ao derrotismo, porquanto, provavelmente, estarás no ápice da crise – o ponto nevrálgico de transformação interior e mudança de rota –, conduzindo-te, no capítulo do problema que te aturde, com segurança e passo lépido, na direção do triunfo derradeiro e espetacular!…


(Texto recebido em 28 de outubro de 2008. Revisão de Delano Mothé.)