Benjamin Teixeira
pelo espírito
Eugênia.

Estamos em guerra. Você também está. Vivemos em uma inextricável e gigantesca teia global, e nada que aconteça na “Conchinchina” deixa de afetar o habitante mais humilde e isolado no meio da Amazônia.

Você também tem que ir à luta, agora mesmo:

Por seu direito à felicidade, de acordo com as condições e recursos lhe são ofertados pela vida, arregimentando exércitos de iniciativas persistentes e estratégicas, para mudar sua rotina para melhor.

Pela sua paz de consciência, guerreando as tendências menos espirituais de sua natureza e plantando bases firmes de apoio logístico a seus ideais mais subidos em meio à terra dura, desértica, de seus sentimentos áridos.

Pelo amor e pelos elos sagrados da família espiritual, pelejando contra suas inclinações ao egoísmo e à indiferença, enviando projéteis de carinho, atenção e cuidado, nos mísseis inteligentes de e-mails afetuosos, apertos de mão calorosos, sorrisos sinceros de boas-vindas.

Pela coragem em desposar seus ideais e brigar por causas nobres, pugnando contra seus impulsos menos dignos à acomodação e à neutralidade preguiçosa, covarde e prostituta daqueles que se vendem pelas conveniências do momento.

Não desista de batalhar por suas metas mais caras, ainda que tenha que dar a vida por elas. Se não tem dignidade para dar sua vida por algo, esse algo não merece ser visto como sua missão na Terra.

Há, pelo mundo afora, neste instante, muita discussão política, controvérsia e protestos, dentro e fora de instituições, nas ruas e na mídia, no universo virtual da internet, no campo universal dos pensamentos. Mas muita gente se esquece de que o que acontece ali… no Iraque, tem reflexos bem estreitos ou mesmo causas bem próximas, no íntimo do coração de cada criatura pensante do planeta. Acusar, gritar, blasfemar é agir de forma tão destrutiva e brutal, como os mísseis que singram agora os céus de Bagdá, alimentando ainda mais a psicosfera pestilencial de ódio e desprezo recíprocos que são o combustível fundamental das guerras; e, em última análise, constitui um desperdício da grande oportunidade de mudar para melhor, aproveitando o ensejo dos vetores da renovação, em polvorosa no momento, para compreender que o mal não está fora, mas dentro de nós mesmos, aguardando as Forças Unidas de nossa consciência e razão, para ser debelado pelo único meio que há: sua total transmutação para forças do bem.

(Texto recebido em 20 de março de 2003.)