Grandes horrores e enormes amores…

Uma devota da Divina Sabedoria me rogou, em lágrimas candentes, que lhe intercedesse, em favor do pedido de lhe ser concedida ocasião de provar, aprimorar e elevar o seu amor de mãe pela filha tão amada, de tantos séculos…

Dizia, de si para consigo, em brados luminosos d’alma:

– Minha filha é meu tesouro, minha graça, minha vida!…

Avisei-lhe, por meio de uma mensageira espiritual, que a provação não lhe seria fácil, que a maneira como se encontraria com a filha de várias reencarnações não lhe favoreceria manifestar a ternura materna natural que nutria pela pupila adorada.

No entanto, repetia ela, com instância e ardor, a rogativa à Maternidade Divinal, a Quem sirvo e represento na Terra:

– Nunca trairei meu coração de mãe! Minha filha é meu tesouro, minha graça, minha vida!…

Determinei, então, em Nome de Deus-Mãe, fosse ela imersa na circunstância que suplicou com tão dramático apelo íntimo.

Reencarnaram ambas. A mãe extremosa casou-se e teve filhos. Quando o matrimônio contava muitos anos de sólida e harmônica parceria, seu esposo, um homem complexo no campo dos sentimentos, apaixonou-se por outra mulher, mais jovem, passando com ela a entretecer uma espécie de segundo casamento, paralelo ao primeiro.

Horror e traição inomináveis foram vislumbrados na situação, pela tal mãe zelosa de seus sentimentos, justamente ao se deparar com aquela em quem depositara seu mais caro amor, por sucessivas existências. Mergulhada na matéria e sob efeito das ligações biológicas com os novos filhos, embora menos vinculados ao coração que a filha de antanho, não conseguiu sintonizar com a voz do Espírito e, movida por paixões dolorosas e intensíssimas, bravejava para si mesma, em triste pranto da alma, dirigindo prece ardente à Face Maternal de Deus, novamente:

– Salve-me, Mãe Divina! Essa mulher é uma perversa, uma monstra, uma praga!…

E, prosseguindo em sua “prece” sombria, em desastrosa ironia, reiterava, em palavras invertidas, a declaração que fizera antes do berço:

– Essa usurpadora é minha tragédia, minha desgraça, minha morte!…

Amados(as) filhos(as), tenham sempre isto em mente: não são apenas os desafetos do passado que renascem próximos, para a sublimação das aversões. Com igual frequência, acontece exatamente o inverso: grandes amores reencarnam em posição desfavorável ao ego humano, para que as criaturas se afastem dos caprichos do corpo e da matéria e assim se aproximem, quanto possível, com o estímulo dos grandes sentimentos do pretérito, das faixas de consciência sublimes do Coração, das irradiações transcendentes e eternas do Espírito!…

MARIA Santíssima
Intermediação do Espírito Eugênia-Aspásia
Psicografia recebida por Benjamin Teixeira de Aguiar
6 de maio de 2018

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