Benjamin Teixeira
pelo espírito
Temístocles.


1700. Homossexuais são aberrações vivas, abominações diante de Deus, que precisam ser extirpadas, por meio de fogueiras ainda acesas, pela Inquisição, em países como Portugal. Lisboa é a capital mundial do terror gay…

1800. O Código Napoleônico declara que homossexuais têm direito de se manifestar, sem serem tratados como criminosos. Podem ser depravados, mas devem ter protegida a liberdade para expressar sua devassidão. Paris se torna a primeira grande meca gay da modernidade.

1900. A psicanálise freudiana assevera: homossexuais não são delinqüentes, nem devassos, mas sim doentes que não prescindem de tratamento. Dêem-lhes clínica e não presídios. Viena se torna o grande manicômio simbólico dos per-vertidos (*) da sexualidade.

2000. Após consenso internacional, bem demonstrado na declaração da Associação Psiquiátrica norte-americana (de 1973), científica e oficialmente, de que a homossexualidade não constitui crime, nem desequilíbrio, nem distúrbio mental, mas, tão-somente, uma manifestação singular da sexualidade humana, Nova York e São Francisco, mas também Paris, Londres, São Paulo, Rio de Janeiro, Amsterdã, Compenhague e praticamente todas as grandes metrópoles da Terra são convertidas em núcleos fervilhantes e livres do universo gay.

2100. A homoafetividade estará sendo considerada tão natural como a heteroafetividade, e todas as cidades, de pequeno a grande porte, de todas as nações civilizadas e democráticas do planeta, serão oásis tranqüilos para as manifestações de amor entre iguais.

Em que século você está?

(Texto recebido em 30 de maio de 2007. Revisão de Delano Mothé.)

(*) O autor espiritual chama atenção para o sentido do verbete perversão, na visão psicanalítica clássica, como sendo uma inversão doentia da libido.
(Nota do Médium)